O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

segunda-feira, janeiro 09, 2012

A ÚNICA FACE DA DEUSA


A Face verdadeira da Deusa é a face da Mulher integrada, da Mulher total. A mulher que une em si os fragmentos da sua persona ferida e dividida em estereótipos vários...
Óbviamente nunca defendemos uma Deusa num Altar nem mulheres consagradas, sacerdotisas, por um lado, e mulheres submissas e obedientes às mestras, por outro...Nunca aqui se defendeu tal coisa à imagem de deus pai no céu e os seus padres...Mas sabemos de antemão que há uma ConSciência da Deusa a integrar em cada mulher - unir a santa e a prostituta, cujos esterótipos dominam o nosso inconsciente,  assim como  Eva submissa e obediente ao macho e  Lilith que se negou a ficar por baixo de Adão e foi condenada aos infernos por Deus.

Eu sei que há algumas mulheres que já fazem consigo esse trabalho sério - um trabalho de cariz psicológico e ontológico - e outras que apenas seguem ideias, ou os rituais e crenças segundo o modelo tradicional católico ou o modelo ancestral matriarcal...ou ainda o modelo das deusas do Olimpo, já patriarcal, sempre em guerra com as outras mulheres por causa de Zeus... e aí temos as deusas no Olimpo que são as mulhertes já divididas pelo patriarcado em luta pelo homem, seja o pai, amante seja o filho, no caso de Afrodite e Psique, por causa de Eros...Nada de diferente do que as mulheres sofrem entre si neste sistema actual em que os mesmos arquétipos da cultura grega ou romana prevalecem e as divide: rivalidade, antagonismo, ciúme, competição, inveja, ódio da filha à mãe e vice-versa etc...
Daí deriva a ideia generalizada das muitas faces da deusa e que cada mulher encarna uma deusa em especial, mas essa face da deusa para além de, na sua característica ser mais Héstia ou Aquela, ou Afrodite e Demeter etc. não são mais do que os três aspectos da manifestação da Deusa na Mulher, ao longo da sua vida: a jovem, a donzela, a mãe e a anciã, que em cada fase ou é casta e virginal, depois sensual e aguerrida e por fim a velha que é sábia e matreira... 
Só há uma Deusa, a Deusa que encarna o Princípio Feminino, seja ela a Virgem Mãe, Sophia ou a Shekinad e portanto só uma Face da Deusa também. Essa Deusa é em nós  a nossa essência feminina integrada,  compreendida, não teórica nem especulativa, mas sim a consciência dessa totalidade em nós, vibrande de amor e compaixão, impecável, mas doce e implacável...que é o que a Deusa É.
rlp

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