O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

segunda-feira, fevereiro 20, 2012

NAS ASAS DE MAAT...


A MULHER REALIZADA
 
 
 ..."A mulher tem em si a sabedoria, um tipo de sabedoria inata, um catalizador único da realização. (...) A mulher potencialemnte está directamente ligada ao conhecimento e a sabedoria, que são as duas forças complementares da grelha de base.* A mulher realizada domina a dualidade e ajuda o homem a transcendê-la. Enquanto o homem tem acesso ao conhecimento que está no início de tudo e além disso da vontade."
 
Etienne Guille in O HOMEM ENTRE A TERRA E O CÉU
 
 
A MULHER COMO CHAVE DA TERRA
 
A Terrra tem saída sim, quando cada mulher souber quem é e for fiel a sua essência de MAter e MAtriz. A dualidade na manifestação (Materia-energia) que se manifesta nos opostos (complementares e não antagónicos) tem um meio de ser integrada... ao meio, ao centro, dentro de cada ser humanno, mas cada ser humano precisa de ter consciência de si para além dessa dualidade, mal e bem, macho e fêmea, ao nívil psiquico, anímico e espiritual, o que não têm, separando e dividindo tudo.
A espiritualidade, digo a religião muito particularmente, é o pretenso meio de se atingir isso...mas apontando para algures e não para dentro do indivíduo...Essa não é a proposta. Ora aí é que está o erro. Ou o "pecado".
O Ser Humano pode atingir essa consciência da Consciência dentro de si se se elevar equilibradamente - quer dizer mantendo os pratos... da Balança (Justiça e verdade - Maat) ao mesmo nível. Ora essa Conciência do SER EM SI  não se faz sem que a Mulher seja respeitada e elevada a sua condição de mediadora das forças cósmico/telúricas. No entanto essa mulher realizada do início foi através da difusão da ideia/ religião/cultura de mal associado à mulher, atingida no seu cerne e dividida ao meio, impedida assim de ser o instrumento de realização do homem também.  Todo o drama desta humanidade passa pela separação e o mais grave pela divisão intrínseca na Mulher. Ao dividir-se a mulher em dois arquétipos, como nomeadamente a religião católica fez, a mulher cindida ("a virgem e a pecadora" - uma mulher em casa e a outra no prostíbulo) a mulher verdadeira integral deixou de existir em si, como indivíduo, para se tornar mera escrava do homem (este mero escravo do trabalho), das funções reprodutores e do seu prazer e assim a mulher ainda é brutal ou sofisticadamente tratada nos nossos dias neste mundo...
Escamotear isto é querer continuar na mais pura ignorância e alimentar o caos da nossas sociedades.

rlp
* grelha de base (grosso modo: uma base energética da constituição do universo/ser humano)