Guru tântrico
Justamente como no esquema da criação, Shakti é a criadora e Shiva a testemunha de todo jogo, no tantra a mulher tem o status de guru e o homem de discípulo. A tradição tântrica é verdadeiramente passada da mulher para o homem. Na prática tântrica, é a mulher que dá a iniciação.
É somente por seu poder que o ato de maithuna ocorre. Todas as preliminares são feitas por ela. Ela coloca a marca na testa do homem e conta-lhe onde meditar. Na interação comum, o homem toma o papel agressivo e a mulher participa. Mas no tantra, eles trocam de papéis. A mulher torna-se a operadora e o homem o seu mediador. Ela tem que poder despertá-lo. Então, neste mesmo momento, ela deve criar o bindu assim ele pode praticar sahajoli. Se o homem perde seu bindu, significa que a mulher falhou em desempenhar suas funções com propriedade.
No tantra é dito que Shiva é incapaz sem Shakti. Shakti é a sacerdotisa. Entretanto, quando vama tantra é praticado, o homem deve ter uma absoluta atitude tântrica em direção à mulher. Ele não pode comportar-se com ela como os homens geralmente fazem com outras mulheres. Ordinariamente, quando um homem olha uma mulher ele torna-se apaixonado, mas durante o maithuna ele não deveria. Ele deveria olha-la como a mãe divina, Devi, e desenvolver com ela uma atitude de devoção e rendição, não com luxúria.
De acordo com o conceito tântrico, as mulheres são mais dotadas de qualidades espirituais e seria uma coisa sábia se a elas fosse permitido assumir posições elevadas nas questões sociais. Então, existiria maior beleza, compaixão, amor e compreensão em todas as esferas da vida.
O que nós estamos discutindo aqui não é uma sociedade patriarcal versus uma sociedade matriarcal, mas tantra, particularmente tantra da mão esquerda.
Ambos parceiros devem ser absolutamente purificados e possuir auto-controle tanto interna e externamente, antes de praticarem o maithuna. Isto é difícil para as pessoas comuns compreenderem porque para a maioria das pessoas, a interação sexual é o resultado de paixão e atração física e emocional, também para procriação ou prazer.
É somente quando você está purificado que estes impulsos instintivos são ausentes. Isto é porque, de acordo com a tradição, o caminho do dakshina marga deve ser seguido por muitos anos antes de poder entrar no caminho do vama marga. Então a interação do maithuna não ocorre para a gratificação física. A proposta é muito clara – despertar do sushumna, a subida da energia de kundalini do muladhara chakra, e a explosão das áreas inconscientes do cérebro.
(...)
Texto retirado do livro:
Kundalini Tantra escrito por Swami Satyananda Saraswati Justamente como no esquema da criação, Shakti é a criadora e Shiva a testemunha de todo jogo, no tantra a mulher tem o status de guru e o homem de discípulo. A tradição tântrica é verdadeiramente passada da mulher para o homem. Na prática tântrica, é a mulher que dá a iniciação.
É somente por seu poder que o ato de maithuna ocorre. Todas as preliminares são feitas por ela. Ela coloca a marca na testa do homem e conta-lhe onde meditar. Na interação comum, o homem toma o papel agressivo e a mulher participa. Mas no tantra, eles trocam de papéis. A mulher torna-se a operadora e o homem o seu mediador. Ela tem que poder despertá-lo. Então, neste mesmo momento, ela deve criar o bindu assim ele pode praticar sahajoli. Se o homem perde seu bindu, significa que a mulher falhou em desempenhar suas funções com propriedade.
No tantra é dito que Shiva é incapaz sem Shakti. Shakti é a sacerdotisa. Entretanto, quando vama tantra é praticado, o homem deve ter uma absoluta atitude tântrica em direção à mulher. Ele não pode comportar-se com ela como os homens geralmente fazem com outras mulheres. Ordinariamente, quando um homem olha uma mulher ele torna-se apaixonado, mas durante o maithuna ele não deveria. Ele deveria olha-la como a mãe divina, Devi, e desenvolver com ela uma atitude de devoção e rendição, não com luxúria.
De acordo com o conceito tântrico, as mulheres são mais dotadas de qualidades espirituais e seria uma coisa sábia se a elas fosse permitido assumir posições elevadas nas questões sociais. Então, existiria maior beleza, compaixão, amor e compreensão em todas as esferas da vida.
O que nós estamos discutindo aqui não é uma sociedade patriarcal versus uma sociedade matriarcal, mas tantra, particularmente tantra da mão esquerda.
Ambos parceiros devem ser absolutamente purificados e possuir auto-controle tanto interna e externamente, antes de praticarem o maithuna. Isto é difícil para as pessoas comuns compreenderem porque para a maioria das pessoas, a interação sexual é o resultado de paixão e atração física e emocional, também para procriação ou prazer.
É somente quando você está purificado que estes impulsos instintivos são ausentes. Isto é porque, de acordo com a tradição, o caminho do dakshina marga deve ser seguido por muitos anos antes de poder entrar no caminho do vama marga. Então a interação do maithuna não ocorre para a gratificação física. A proposta é muito clara – despertar do sushumna, a subida da energia de kundalini do muladhara chakra, e a explosão das áreas inconscientes do cérebro.
(...)
Tradução: Teresa Cristina Muniz
in pistas do caminho
1 comentário:
Adorei a partilha, grata!
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