O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

sexta-feira, março 16, 2012

as mulheres são mais dotadas de qualidades espirituais

Guru tântrico
Justamente como no esquema da criação, Shakti é a criadora e Shiva a testemunha de todo jogo, no tantra a mulher tem o status de guru e o homem de discípulo. A tradição tântrica é verdadeiramente passada da mulher para o homem. Na prática tântrica, é a mulher que dá a iniciação.
É somente por seu poder que o ato de maithuna ocorre. Todas as preliminares são feitas por ela. Ela coloca a marca na testa do homem e conta-lhe onde meditar. Na interação comum, o homem toma o papel agressivo e a mulher participa. Mas no tantra, eles trocam de papéis. A mulher torna-se a operadora e o homem o seu mediador. Ela tem que poder despertá-lo. Então, neste mesmo momento, ela deve criar o bindu assim ele pode praticar sahajoli. Se o homem perde seu bindu, significa que a mulher falhou em desempenhar suas funções com propriedade.

No tantra é dito que Shiva é incapaz sem Shakti. Shakti é a sacerdotisa. Entretanto, quando vama tantra é praticado, o homem deve ter uma absoluta atitude tântrica em direção à mulher. Ele não pode comportar-se com ela como os homens geralmente fazem com outras mulheres. Ordinariamente, quando um homem olha uma mulher ele torna-se apaixonado, mas durante o maithuna ele não deveria. Ele deveria olha-la como a mãe divina, Devi, e desenvolver com ela uma atitude de devoção e rendição, não com luxúria.

De acordo com o conceito tântrico, as mulheres são mais dotadas de qualidades espirituais e seria uma coisa sábia se a elas fosse permitido assumir posições elevadas nas questões sociais. Então, existiria maior beleza, compaixão, amor e compreensão em todas as esferas da vida.
O que nós estamos discutindo aqui não é uma sociedade patriarcal versus uma sociedade matriarcal, mas tantra, particularmente tantra da mão esquerda.
Ambos parceiros devem ser absolutamente purificados e possuir auto-controle tanto interna e externamente, antes de praticarem o maithuna. Isto é difícil para as pessoas comuns compreenderem porque para a maioria das pessoas, a interação sexual é o resultado de paixão e atração física e emocional, também para procriação ou prazer.

É somente quando você está purificado que estes impulsos instintivos são ausentes. Isto é porque, de acordo com a tradição, o caminho do dakshina marga deve ser seguido por muitos anos antes de poder entrar no caminho do vama marga. Então a interação do maithuna não ocorre para a gratificação física. A proposta é muito clara – despertar do sushumna, a subida da energia de kundalini do muladhara chakra, e a explosão das áreas inconscientes do cérebro.

 (...)
Texto retirado do livro: Kundalini Tantra escrito por Swami Satyananda Saraswati
Tradução: Teresa Cristina Muniz

 in pistas do caminho

1 comentário:

Maggie Gonçalves disse...

Adorei a partilha, grata!