Na penumbra do pórtico encantado
De Bruges, noutras eras, já vivi;
Vi os templos do Egito com Loti;
Lancei flores, na Índia, ao rio sagrado.
... No horizonte de bruma opalizado,
Frente ao Bósforo errei, pensando em ti!
O silêncio dos claustros conheci
Pelos poentes de nácar e brocado...
Mordi as rosas brancas de Ispaã
E o gosto a cinza em todas era igual!
Sempre a charneca bárbara e deserta,
Triste, a florir, numa ansiedade vã!
Sempre da vida ? o mesmo estranho mal,
E o coração ? a mesma chaga aberta!
Florbela Espanca
2 comentários:
Tão bom ver Florbela por aqui...quando jovem, eu queria escrever como ela!
Abraço
De vez em quando também gosto muito de um poema da Florbela...
mesmo que nã escreva como ela...continue escrevendo amiga!
abraço
rleonor
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