O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

segunda-feira, março 05, 2012

EXISTE A MÃE?


" ... Classicamente, a psicologia e a psicanálise descrevem um mecanismo de construção da identidade: por identificação de modelos. A pessoa identifica-se com o pai, com a mãe, o professor, um jogador de futebol, um grande filósofo. Fazemos mais dois processos de identificação que... são mais importantes do que este. Um joga com a identificação imagoico-imagética, em que nos identificamos à imago e à imagem que os nossos pais e o mundo nos atribuíram." 

- Temos um desejo de corresponder a essa identidade? 

Coimbra de Matos: Os portugueses têm muito isto. Vamos um bocado nessa cantiga - assimilar a identidade dos nossos políticos, dos nossos pais, o que a História nos vai infiltrando. O indivíduo assimila a imago, que é uma coisa menos consciente, e a imagem, que é uma coisa mais nítida, que o outro atribui."

IN INCALCULÁVEL IMPERFEIÇÃO
«««
COM QUE MÃE OS HOMENS SE IDENTIFICAM?
ONDE ESTÁ O PODER DO FEMININO NA SOCIEDADE PORTUGUESA, PATRIARCAL E CATÓLICA?

Numa sociedade que quando muito omite a mãe e a Deusa...para não dizer que claramente a despreza e a maltrata,  que imago ou imagem há da Mãe e da Mulher na sociedade portuguesa?
Ela certamente não existe e a existir apesar de  se afirmar que é a mãe que educa o filho - precariamente e em estado de revolta/submissão e desordem emocional - que mãe é esta pois que nos serve de modelo? Forçosamente uma Mãe ausente e em lugar de uma Mãe condigna e uma Mulher plena, temos  uma mulher precária deprimida doente ou histérica...ou ainda  se pode dar o caso de ser também ou uma puta ou uma drogada...
Portanto os portugueses não podem ter uma grande auto-estima com uma mãe demente ou ressabiada, uma mãe vítima de violência doméstica, ou sujeita ao tratamento depreciativo do pai...e os hipócritas senhores da cultura e do conhecimento, omitem pura e simplesmente, branqueam questões de classe quando a própria classe média é afectada por esta desordem atávida. A suposta inferioridade da mulher...mas não é de estranhar pois as próprias mulheres palermas querem se convencer que não é verdade, que já não são assim tratadas...sim, uma minoria de elite... mas mesmo assim não sei se muitas escapam de serem violentadas psicologicamente ou fisicamente...sim, as senhoras respeitáveis e as mulheres resolvidas  da letras e da política...vangloriam-se de serem livres...
rlp

Sem comentários: