GESTO MÁGICO
"Certa pessoa comporta-se como quer que o
objeto se comporte, movida pela expetativa mágica de que a vista deste gesto
forcará o objeto a imitá-lo. Na realidade, o gesto mágico não é
antecipação do que o objeto vai fazer, e sim do que a pessoa deseja que o objeto
faça. Claro, portanto, que o gesto mágico difere da “empatia”
objetiva, a qual consiste em identificação temporária com um objeto para o fim
de antecipar aquilo que o objeto vai fazer.
…
Por forma análoga consiste a empatia, em dois atos: a) identificação com a outra pessoa e b) consciencialização dos sentimentos próprios após a identificação; daí, consciencialização dos sentimentos do objeto."
Otto Fenichel Teoria Psicanalítica das
Neuroses Edições Atheneu
Empatia versus gesto mágico, que segundo Fenichel é um conceito de Theodor Reik, filósofo e psicanalista, e que me parece útil para retratar aquelas situações em que por razões diversas como ignorância, insensibilidade, não nos preocupamos em saber o que o outro pensa e sente (e se somos capazes de realizarmos o que pretendemos), e mesmo assim, julgamos que basta um gesto (intervenção sem qualidade), para que ele se comporte como desejamos.
Embora utilizado como estratégia de educação
infantil, o verdadeiro gesto mágico pode ser entendido como forma de acalmar
consciências, ou então como forma de manipulação, e é inerente aos inúmeros
acontecimentos da nossa vida pessoal, profissional e política.
2 comentários:
gostei desta ideia: se faz com a esperança que o outro faça...
...
verdade...
rl
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