O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

sexta-feira, agosto 03, 2012

QUADRO: MULHER INTEGRAL


 "Na minha pintura as mulheres são “poemas” cada forma feminina é um poema.
Elas são as mulheres da minha história de vida. A avô, mãe, filha neta, irmã, amiga.
Mulheres que olho e “vejo” no comboio, a do café , a vizinha, a mulher que chora, a que riu , a silenciada, oprimida, violentada, mulheres que se cruzam solidárias ou não .
Mulher e a outra que é ela mesma, mulher que sou e outras tantas dentro de mim .
Mulheres que são deusas, santas, pecadoras, representantes mais diretas do feminino na terra, o feminino em mim, em ti, no homem e na Humanidade .
Elas são Mulheres Poemas, Mulheres Terra Mãe"
 

Lena Gal
*****
Este quadro que a Lena Gal pintou em honra do meu trabalho, chama-se Mulher Integral e pretende ilustrar esta missão das mulheres que é UNIR AS DUAS MULHERES EM SI; unir as duas mulheres numa só...dentro de nós.
Ela pintou o meu olhar e por baixo faz a fusão das duas mulheres a partir do ventre...a que está de costas e a que está de frente são uma e a mesma mulher, são a mulher que busca ser consciente de si e a mulher que temos de integrar...a nossa sombra ou a "outra"...a mulher que procuramos ignorar ou com quem rivalizamos ou a mulher que invejamos...ou até que amamos/odiamos.
Se quiserem pronunciarem-se sobre o quadro seria interessante. Se sentem a ideia da autora, ou se o quadro sugere outras interpretações, porventura algumas mais dúbias mas também inevitáveis nos nossos dias em que o foco humano é meramente sexual e não essencial e quase nunca posto no coração ou principalmente na ConSciência do SER MULHER.

Os meus agradecimentos à Lena Gal pela captação do meu olhar, perfeitamente reconhecível e a defesa deste trabalho de amor à Mulher à Terra e à Mãe que nos une.

 rlp

2 comentários:

ME disse...

Começo por afirmar que não sou artista, por isso a minha leitura do quadro é a partir de alguma sensibilidade vibratória. Acerca do quadro, para o qual já olhei, e tornei a olhar, não vejo a ideia da pintora. É um quadro que vibra com o Feminino, até bastante, mas não vejo união de mulheres ou procura dela. Há seres individualizados, que não estão em comunicação umas com as outras, mas que não mostram consciência de estarem com alguém. As duas figuras em baixo não parecem ser aspectos da mesma mulher: vejo uma mulher ausente e talvez submissa que se deixa tocar, e outra mulher que domina a primeira. Parece relação de poder, e não união.
Não sou artista, e peço desculpa se o que digo ferir alguém, porque não é essa a minha intenção neste caso.
Até breve

rosaleonor disse...

Primeiro não tem que pedir desculpa pela sua visão do quadro, que é sempre pessoal e subjectiva...Não fere ninguém por dizer o que sente ou o que pensa. Eu basiei-me na vontade e tentativa da artista...creio que é e será sempre muito difícil deixar - a não ser que se seja um génio da pintura - emoções e sentimentos expressos num quadro. Nós temos sempre uma impressão estética que bate ou não com a nossa sensibilidade, à partida. A nível vibratório é possivel ter também uma experiência mas não deixa nunca de ser entre receptor...e emissor...e aí há sempre a nossa interpretação pessoal, a nossa experiênica por detrás. Eu reconheci o meu olhar. As duas mulheres juntas pelo ventre seria a única hipótese simbólica para significar essa união nas duas mulheres opostas exterioremnte e essa diferença entre as duas mulheres - não vejo como a pintura pudesse mostrar essa interioridade...a de fazerem parte uma da outra. Agora o que eu não vi nem senti de todo foi essa submissão numa e outra que domina...isso é que não vejo de todo...e repudio de facto essa ideia. Há uma mulher ligada a outra pelo ventre, como se uma saisse da outra...essa era a ideia...de resta a Me sabe que num quadro podemos ver sempre o que quisermos e por isso adverti que não faltariam opiniões mais dúbias ou maldosas porque também dá para pensarem que são 2 lésbicas e que uma faz papel de homem e a outra submissa de mulher...etc. E claro essa não foi a sua visão e agradeço muito o seu comentário.

um abraço

rleonor