O que você pensa destas mulheres que, em pleno século 21, escolhem ser “mulheres objetos” e simples símbolos sexuais?
Para mim elas não são diferentes das mulheres que usam a burca e dizem que é escolha delas. Elas aceitam ser submissas aos valores de um sistema patriarcal que quer eliminá-las e falta respeito à sua identidade feminina. São as duas faces da mesma moeda, a da falta de dignidade.
Entrevista Joumana Haddad | Revista O Grito!*
(*ver na íntegra)
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Você tem vontade de também atingir o público masculino e fazer com que ele mude sua visão das mulheres?
Claro, pois eu acredito em uma mudança que só é possível em conjunto, com plena cumplicidade entre homens e mulheres. Não deve existir separatismos.
Na sua opinião, a mulher árabe tem mesmo vontade de mudar ou ela está acomodada no seu papel de mulher submissa e reprimida?
Existem os dois modelos, infelizmente. Claro que tem as mulheres que são como eu e que lutam para as coisas mudarem, mas também tem as que são cúmplices contra elas mesmas e que estão envolvidas no jogo da auto vitimização.
Você defende a mulher liberal e independente, mas também a feminilidade. Como você lida com isso no dia a dia?
Não aceitando a chantagem que tentam fazer comigo no cotidiano. Também não aceitando escolher entre minha inteligência e meu corpo, entre minha força e minha feminilidade.
O que você pensa destas mulheres que, em pleno século 21, escolhem ser “mulheres objetos” e simples símbolos sexuais?
Para mim elas não são diferentes das mulheres que usam a burca e dizem que é escolha delas. Elas aceitam ser submissas aos valores de um sistema patriarcal que quer eliminá-las e falta respeito à sua identidade feminina. São as duas faces da mesma moeda, a da falta de dignidade.
Qual é sua relação com o Líbano e a cultura libanesa?
Tenho uma relação um tanto problemática com meu país natal, pois só vi dele, desde de minha infância, violência, guerra, morte e medo. Me perguntam muitas vezes por que eu não me mudo para outro lugar. Na verdade o motivo da minha insistência em viver aqui não resulta das coisas que me agradam, mas daquelas que não me agradam e que eu gostaria de contribuir para mudar. Me faltaria credibilidade se eu criticasse de fora.
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3 comentários:
Realmente não há grande diferença entre a opressão da mulher no oriente e ocidente.
Fátima Mernissi tematizou isto muito bem em suas obras.
Nunca li nada dessa autora, fale-me de um livro dela que tenha gostado...
beijinho
rleonor
Li Sonhos Proibidos, porém aqui no Brasil é meio difícil de conseguir suas obras.
Acho interessante a comparação que ela faz entre a condição feminina do ocidente e oriente, fala sobre o harém, muito interessante. Uma mulher admirável.
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