O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

quarta-feira, setembro 24, 2014

Porque é que o sexo feminino se contenta com tão pouco?

 A ARMADILHA DA IGUALDADE

"Qual tem sido a maior queixa das mulheres para defender seus direitos? Igualdade. Ou seja, o acesso livre aos cargos e funções que os homens ocupam no sistema. Seja parte do sistema corrupto e desastroso, em maior medida, criado pelo próprio sexo masculino.
Um mundo selvagem, violento, injusto, perverso como uma máquina fria e metódica que destrói tudo no caminho, nas asas de ideologias políticas absurdas, crenças religiosas ou ganhos económicos. Longe de tentar transformar este mundo vil às suas raízes, para destruir as estruturas psíquicas que causam sérios danos ao próprio sexo feminino desde tempos imemoriais, a grande reivindicação da mulher tem sido tornar-se uma grande peça desse mecanismo, tal como o homem o é.
Apenas isso.
 Ser uma parte da máquina, simplesmente.
Isso é o que realmente representa a chamada "igualdade de género ".
 E, chegando aqui, devemos nos perguntar por que o sexo feminino se contenta com tão pouco?
Por que não tem focado os seus esforços em derrubar as estruturas injustas do sistema, criando novos conceitos, radicalmente diferentes, muito mais desenvolvido e profundo?
Em suma, porquê que a mulher não se tem esforçado para criar e liderar um mundo radicalmente novo e melhor?
Criar e liderar um novo mundo. Isso representaria uma nova esperança para a raça humana, tão cega e perdida nestes dias.
Sem dúvida, alguns irão argumentar que para mudar o mundo as mulheres devem incorporar antes os cargos da sua gerência.Mas isso é uma falácia completa. Porque é justamente aí que está a armadilha.Como vimos, o poder transformador só vem dos grupos oprimidos que lutam para mudar as coisas e sonhar com novas realidades, ser utópica.

A necessidade de construir um futuro.
No entanto, a promessa de igualdade não abriga ao sonho de novas realidades.
Na verdade serve para matar esse sonho realmente profundo e reforçar as realidades existentes como únicas opções possíveis.
E a igualdade de género, uma vez alcançada, efectivamente eliminou a necessidade de essa transformação porque, presumivelmente, termina com a opressão que gerou essa necessidade.
 Esse foi o grande sistema de armadilha para abortar a grande revolução das mulheres que poderia ter mudado a humanidade para sempre.
E com isso perdemos provavelmente a última chance de faze-lo.
Porque todos nós sabemos que uma mulher pensa e sente diferente do homem.
Experimentando coisas que um homem não pode jamais compreender.
Existe entre ambos os sexos uma enriquecedora e profunda diferença, tanto a nível biológico como a nível psicológico.
Um património natural inestimável.
No entanto, parece que o sexo feminino renunciou a estas valiosas diferenças, à sua forma particular de sentir e compreender o mundo e tornou-se também um homem, juntando-se, da mesmíssima forma que ele, à máquina do sistema."

(...)
in  GAZZETTA DEL APOCALIPSIS

2 comentários:

Anónimo disse...

Querida Rosa,

Deixo-lhe como sugestão para futuro post, (o tema é pertinente): Porque o tempo passa e as pessoas continuam a cair nas mesmas armadilhas e a cometer os mesmos erros? Dissonância cognitiva? Projeção?

Outra sugestão para si e para as suas amigas comerciantes do sagrado: http://www.cafepress.com/+goddess+gifts

Perdoe-me mas tenho que me socorrer da ironia... não há pingo de vergonha. O "útero da mãe" não está à venda! A Mãe não serve para vender cursos nem bugigangas sob qualquer pretexto da treta. O que se segue? Canecas? Porta-chaves? "Para a deusa te acompanhar durante todo o dia"?

Desejo-lhe um bom resto de dia,

Sílvia Andrade

rosaleonor disse...

Silvia...
Digamos que gostei da sua ironia, mas não me identifico com o que diz nem vejo como me associa as minhas amigas comerciantes - que não julgo nem defendo - e se me ler deve ver que não, que nunca fiz comércio do que quer que seja...nem aqui nem em lado algum. Bem pelo contrário. O que faço é denunciar isso mesmo. Pode haver pontualmente mulheres que o façam e sejam minhas amigas...mas isso não é da minha conta. Por mim mantenho-me fiel À Voz do Útero e nunca fiz negócio nem me vendi por nada. Compreendo a sua revolta que é a minha...portanto acompanhe-me na minha denúncia que é o que eu mais faço aqui. Basta ler um pouco mais...para ter a certeza disso e assim vai encontrar resposta para a sua questão. Agradeço a sua frontalidade, pois bem precisamos dela.
rleonor