O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

quarta-feira, setembro 03, 2014

SÓ PARA MULHERES...


 


A MULHER NO MUNDO PATRIARCAL...


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"Como uma mulher interessada em conhecer-se a si própria pode romper com esse pano grosso e escuro e colocaram sobre ela (os homens)? No mundo contemporâneo é ainda mais complicado, senão impossível aceder a essa interioridade de ser mulher, a sobrecarga de funções que a proclamada igualdade acarreta leva à falta de tempo para viver essa interioridade, a mulher vive dividida entre as responsabilidades da vida profissional e da vida familiar, cabendo-lhe ainda nos nossos dias a gestão e manutenção da casa e da família no geral." A. M. F.
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Muitas mulheres me perguntam como podem aceder a essa essência do feminino e uma vez tendo essa consciência de si como mulheres como devem expressá-la na sociedade em que estamos inseridas.
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"Como passar pela vida mantendo-nos fiéis à nossa essência de mulher?
Quando falo de essência falo de algo que eu própria não sei o que é, pois é algo que não conheço e se não conheço não posso definir. Não conheço com os sentidos, com o corpo, mas sinto dentro de mim é como uma saudade de qualquer coisa que não sabemos bem do que se trata. Como podemos ter saudades de uma coisa que não ...existe?" A.M.F.

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Essa descoberta e a vivência dessa Essência Mulher - e ela existe em nós como natureza intrínseca -, mas não nos é à partida permitido expressá-la em sociedade, primeiro porque nos tornam ignorante dela, e depois de a adquirimos passamos a ser perigosas para a sociedade que é baseada no seu domínio. Portanto não é possível ter essa vivência em plenitude no modelo patriarcal porque ele se lhe opõe de raiz e assim são modelos  antagónicos - se a mulher contrariar esse modelo, o que lhe é destinado pelos homens, ela é castigada por se afirmar diferente e a sua energia além de vampirizada é combatida violentamente por todos os meios.
Se a mulher quiser usufruir dessa essência em consciência, ela tem de manter lugares secretos e expressar-se dentro de círculos sagrados e escolhidos, protegidos por outras mulheres...e nunca se exporem, tal como as sacerdotisas da Deusa tiveram que, no início do cristianismo, quando começaram a ser perseguidas, de se disfarçar de mulheres feias e bruxas...Tiveram de tapar a sua beleza com panos negros e andrajosos...para não se exporem enquanto mulheres de dom - fossem elas curandeiras ou feiticeiras, fossem elas simples parteiras, ou simplesmente mulheres iniciadoras do amor da  Deusa, muito belas ou atraentes - para não serem sacrificadas ou queimadas nas fogueiras...
Penso que, tal como antigamente, as mulheres de hoje, que são conscientes de si e sentem esse amor e esse fogo nelas, não devem, por mais ousadas que sejam,  expor-se nem combater frontalmente o patriarcado com as mesmas armas, mas retirarem-se estrategicamente até serem suficientemente fortes na sua MAGIA para ficarem imunes aos ataques e à destruição do seu corpo frágil e sagrado...não oferecerem o seu corpo aos predadores e às bestas num sacrifício inútil em nome de uma liberdade e igualdade que não as serve e as faz cair na armadilha do patriarcado - lutar pela força e pelo domínio, expondo-se à grande besta que a anula e perverte, divide e explora em todo o mundo.

A Sabedoria da Mulher que é interior e inata está em ser astuta como a serpente e deslizar sub-repticiamente entre os perigos ...sem se denunciar ou matar, silvando...e assustando, se for preciso, mas saindo do trilho dos homens...dos seus caminhos pedregosos e estéreis, criando a sua protecção e disfarce...mas caminhando por seus próprios pés na Terra Mãe..
Lamento imenso aquelas mulheres que querem lutar com a ordem vigente contra o Sistema e que julgam que ganham alguma coisa com isso e acabam vítimas da sua própria ilusão de ganhar direitos e igualdades ou fazer justiça para as mulheres ...e se perdem ou morrem com as mesmas armas dos homens...


rlp

1 comentário:

Ná M. disse...

LINDOOOOOOOOOOOOOOOOOO!!! Adorei, gratidão ! Simmm, concordo ... ser astuta como a serpente ..RSRSRS.. sem dúvidass !!!!! Saber onde e quando se expor , agir com sutileza ..... sem dúvidas...