O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

quinta-feira, fevereiro 12, 2015

É A MUHER MÃE CAPAZ DE EDUCAR OS FILHOS?



“A luta das mulheres não é dirigida contra os homens enquanto indivíduos, mas sim contra as instituições fechada a sete chaves, que os mantêm à cabeça dos negócios.”*

Eu concordo em parte com a autora do livro, mas o problema não são as instituições fechadas mas as cabeças fechadas a sete chaves dos homens que as controlam e que fazem da mulher um ser dependente ou subalterno e não são capazes de encarar metade da humanidade como parte integrante do seu mundo. Esse é o drama da “fraternidade masculina” (“Os direitos do Homem” e as suas lutas e revoluções ) para quem a mulher é um apêndice ou um utensílio, um animal reprodutor, um objecto de prazer ou de marca, mas nunca um semelhante. Não, não falo em igualdade mas em semelhança, em complementaridade humana, em metade da Humanidade.
Representar a Humanidade Homem e Mulher (não só na casa como doméstica e bem domesticada), em palavras e nos discursos ou em lugares de gestão só se pode fazer através dos dois seres distintos e complementares que o homem e a mulher são. Dizer A Humanidade ou o Homem incluído nesse termo a mulher, já não pode ser…já não faz sentido, não se pode consentir mais nesse absurdo, no entanto ninguém quer dar importância a isso, nem as mulheres!
Mas mais ainda, mais do que salientar a semelhança da mulher, a sua paridade com o homem, importa salientar o papel preponderante da Mulher e da Mãe e como referência primordial que é para o ser humano à nascença tanto homem como mulher. Mas a mulher não tem nem teve autonomia nem consciência para poder exercer o seu papel...
 
Isso foi que fizeram a s Instituições e as Religiões e as Revoluções ao longo dos séculos - destruir a autonomia da mulher e para isso... 
 
Destruíram paulatinamente os atributos do grande feminino, todos os cultos e referência da Deusa Mãe e os valores que consagravam a Terra e a Natureza como sagrada. Relegaram a mulher para um papel secundário e irrelevante e com isso desautorizaram a Mãe e a Mulher do seu papel legítimo, papel de educadora da criança, de formadora de caracteres. Ao desacreditá-la, roubaram-lhe a alma e também o carácter. Começaram a destruir a Terra em seu benefício, a Natureza foi dizimada, assim como os animais, sujeitos às mais ignominiosas experiências e fins e os seres humanos foram feitos escravos de outros homens, não esqueçamos.
Desse modo, todos nós somos frutos de uma sociedade desnaturada, fraudulenta, injusta e violenta; em suma, uma sociedade coxa, que funciona só com uma perna, uma metade de si, que usa só uma parte do seu cérebro, que exibe a sua força através da violência e da destruição, que obriga a matar só porque priva metade da sua população do direito de SER Humano e de realizar o seu papel na plenitude…
Porque se a Mulher fosse a Mulher e a Mãe, se a Natureza da mulher e a Natureza da Vida fossem respeitadas, se basicamente o Princípio Feminino estivesse activo, o Princípio Masculino estaria equilibrado. Esse é o grande princípio do Tão e do Equilíbrio da Ordem do Universo. Foi isso que os padres do deserto, os patriarcas misóginos e os filósofos pederastas, os loucos e os ambiciosos fizeram do mundo…
Tudo isso com um fito, tudo com um só objectivo…o de explorar e de escravizar a maior parte de seres humanos no planeta ao serviço dos interesses das elites, dos seus Impérios e de todos os poderosos do mundo inteiro, sejam eles chineses, pretos ou brancos…
Os Sistemas são todos sistemas de controlo do individuo mantendo-os preso ao medo, à usura e a ideia de carência, obrigando-os a trabalhar como escravos do sistema, dia a dia, todos os dias da sua vida e a viver com medo da morte anunciada, medo de deus e do diabo, medo do inferno calculado, porque são mantidos na mais estrita ignorância através da “educação machista e predadora” e da “cultura” do medo e da morte” mas sobretudo e à partida privando e negando às suas mulheres, às mães e ás amantes a sua individualidade, mantendo-as longe do seu desígnio de mater e matriz, do seu poder interior fecundo, da sua consciência superior.
Neste Sistema (do capital e do trabalho) a Mulher e o ser humano comum não são ninguém…
Neste Sistema a Mulher e a Mãe têm sido anuladas e incapazes de educar ou criar filhos Homens ou Mulheres dignos desse nome...
 

2 comentários:

Fernanda Sampaio disse...

Este tema interessa-me particularmente. Parece-me que mais do que uma questão de género, o que falha na educação dos filhos é algo que lhe é transversal - o respeito. Portam-se os pais como donos dos filhos, como se estes fossem um seu prolongamento, não os reconhecendo como seres únicos e pensantes. Dizia-me recentemente uma mãe, quando eu a inquiri sobre as alterações escolares que decidia sobre a filha, o que esta pensava - Não pensa nada! Ela só tem 16 anos; quem pensa somos nós, os pais.
Então, para mim, está aqui onde se deslinda a questão da educação. Falta respeito.
Penso por isso que as cabeças das mulheres estão também fechadas a sete chaves, e ninguém nos vai dar as chaves, temos que ser nós a tomar a iniciativa de as reclamar, reivindicar e lhes darmos uso. E então, sim, seremos capazes de educar.

rosaleonor disse...

Sim, há imensos problemas quanto a educação e tudo o mais...muito complexo...e nada é tão fácil assim...mas confiemos então nas mães que apesar de tudo são sempre as mães.