O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

sexta-feira, setembro 30, 2016

"os prazeres secretos da menopausa"



O FOGO QUE LIMPA,  O FOGO DA RAIVA

Normalmente a transição da metade da vida é acompanhada por emoções tempestuosas. Uma das emoções que muitas vezes estimula este renascimento pessoal é a raiva.
A raiva é sinal de que temos estado a suportar coisas que não nos servem, e não estamos dispostas a segui-las e a  sofrer. A raiva das mulheres maduras é tema de muitas piadas. Mas asseguro-te que esta raiva é como o combustível de um jato: é a energia necessária para propulsionar-te na tua nova vida.
Um dos motivos de que despertem a raiva é que sentimos uma necessidade quase voraz de dizer o que temos para dizer e ser ouvidas, às vezes pela primeira vez em décadas. Muitas afogamos nossa verdadeira voz em algum momento da adolescência, quando estávamos mais interessadas em encaixar, encontrar o nosso lugar e seguir as regras. Agora que redefinimos quem somos já não podemos calar aquilo que nos incomoda ou amachuca, e com bons motivos para isso. Embora talvez costumemos considerar como negativa a raiva, na transição da metade da vida ela pode ser considerada como uma medida da potência da nossa força vital. Na verdade, se os sintomas da menopausa são as dores de parto que experimentamos ao dar a luz aos nossos "eus" verdadeiros, quer dizer que a nossa raiva é o grito dos nossos eus recém-nascidos que acabámos de dar à luz.

Christiane Northrup
"os prazeres secretos da menopausa"

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