MACHISMO E MISOGINIA?
A nossa herança cultural...
LEIAM ATENTAMENTE O QUE OS "GRANDES" HOMENS PENSA(VA)M DA MULHER …
"Voltaire sustentava que as mulheres eram inferiores aos homens, porque ''o sangue delas é mais aquoso''. E Rousseau afirmava: ''toda a educação das mulheres deve ser relativa aos homens''. Elas deveriam ser educadas para ''agradar aos homens, ser-lhes úteis''. Para ''tornar-lhes a vida agradável e doce''.
Antes desses dois bravos pensadores, Montaigne definia o papel que cabia à mulher com três palavras: ''sofrer, obedecer, consentir''.
No século 19, outros autores importantes dizem outras barbaridades. Balzac advertia: ''As mulheres devem aprender muitas coisas, mas só aquelas que convém que elas saibam''. E Byron sustentava que as mulheres só deviam ler livros edificantes, religiosos, ou então livros de cozinha.
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Os intelectuais não são diferentes do comum dos mortais, no que se refere à receptividade de distorções ideológicas. Os líderes políticos também não se distinguem de seus liderados, nesse aspecto.
Napoleão Bonaparte, por exemplo, assegurava: ''A mulher é nossa propriedade e nós não somos propriedade dela. Ela nos dá filhos, nós não damos filhos a ela. Ela é, pois, propriedade, tal como a árvore frutífera é propriedade do jardineiro''. Trata-se - vale a pena ressalvarmos - de uma expressão infeliz, qualquer que seja o plano em que a interpretarmos. De onde Napoleão tirou a idéia de que a árvore frutífera é propriedade do jardineiro? O que nós podemos verificar é que o jardineiro não costuma ser o ''proprietário'' das árvores, e sim o empregado do dono, o sujeito que é incumbido de cuidar delas.
Foi a partir do início do movimento socialista, com o bizarro Charles Fourier, que as mulheres trabalhadoras se reanimaram. Fourier foi o primeiro filósofo a desenvolver de maneira consequente uma linha de pensamento e ação solidária com o gênero feminino.
Em aberta reação contra o machismo, Fourier questionou o casamento monogâmico, considerando-o uma nova forma de escravidão imposta à mulher. E levou sua solidariedade ao ponto de incitar a mulher casada a cometer adultério.
Assumiu uma posição cuja audácia ainda hoje causa forte impressão nos que a descobrem. O movimento socialista criou um espaço que se abriu para as mulheres, ajudando-as a passar, no século 19, da esfera doméstica, da vida privada, para a esfera pública, dos conflitos políticos. Até hoje, porém, essa passagem está cheia de obstáculos.
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IN A mulher e o machismo
Leandro Konder - Filósofo
1 comentário:
O sangue delas é mais aquoso?!
Quando se tenta inventar justificações para coisas sem sentido acaba-se sempre por cair no ridículo. E na verdade, quando se cava suficientemente fundo só se encontra uma justificação para homens supostamente inteligentes proferirem pérolas destas: medo.
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