O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

segunda-feira, julho 22, 2013

A PSIQUE INSTINTIVA

"Quando perdemos contato com a psique instintiva, vivemos num estado de destruição parcial, e as imagens e poderes que são naturais à mulher não têm condições de pleno desenvolvimento. Quando são cortados os vínculos de uma mulher com sua fonte de origem, ela fica esterilizada, e seus instintos e ciclos naturais são perdidos, em virtude de uma subordinação à cultura, ao intelecto ou ao ego — dela própria ou de outros. A Mulher Selvagem é a saúde para todas as mulheres. Sem ela, a psicologia feminina não faz sentido. Essa mulher não-domesticada é o protótipo de mulher... não importa a cultura, a época, a política, ela é sempre a mesma. Seus ciclos mudam, suas representações simbólicas mudam, mas na sua essência ela não muda. Ela é o que é; e é um ser inteiro."
 


« Vieste ter comigo, vindo do nada. Nunca te tinha encontrado na vida frente a frente no caminho, entre limiares, fronteiras, mundos. Beijaste-me a face de repente num salto, com toda a ferocidade do Universo e, disse-te para não me devorares. Olhei-te intensamente e nossos olhos ficaram fixos um no outro. Pedi-te tanto. Tanto. Tanto que não devorasses. Tinhas a tua boca toda abocanhada em mim, tudo em ti era feroz. No meio de todo o assombro do terror, tu, Lobo, poupas-me, no mais profundo dos meus silêncios, com o meu coração a gritar por compaixão!. Retiras o teu focinho e fechas a boca. Deixas meu rosto inteiro. Olhas-me com uma calma, perante o meu assombro de estar inteira. Fiquei ali, perguntando a mim mesma, porque me poupaste??
Ficamos sentados a conversar. Numa linguagem qualquer esquisita. De repente meus olhos transmutam-se. Mais tarde, dei-me conta que estava à tua procura, mesmo sabendo de toda a tua natureza selvagem... »

NãoSouEuéaOutra in Crónica de um Sonho Iminente

...durante muito tempo, e acho que, desde sempre nunca me interessei por este animal. nada me dizia. estive em contacto com eles na infância, era normal vê-los no cima de uma das minhas colinas. lembro-me dos seus olhos como duas lanternas. não havia problemas com eles, desde que não os assustássemos. eles vinham e partiam.
sempre li coisas, por aí, sobre a devoção ao lobo. continuei a ignorar e não dar importância. nunca me interessou ver vídeos ou documentários.
certo é que há tempos dei de caras com um... e a coisa mudou de figura.

 in NãoSouEuéaOutra

 MULHERES QUE CORREM COM OS LOBOS

"Chamo-a de Mulher Selvagem porque essas exalas palavras, mulher e selvagem, criam llamar o tocar a Ia puerta, a batida dos contos de fadas à porta da psique profunda da mulher. Llamar o tocar a Ia puerta significa literalmente tocar o instrumento do nome para abrir uma porta. Significa usar palavras para obter a abertura de uma passagem. Não importa a cultura pela qual a mulher seja influenciada, ela compreende as palavras mulher e selvagem intuitivamente. Quando as mulheres ouvem essas palavras, uma lembrança muito antiga é accionada, voltando a ter vida. Trata-se da lembrança do nosso parentesco absoluto, inegável e irrevogável com o feminino selvagem, um relacionamento que pode ter se tornado espectral pela negligência, que pode ter sido soterrado pelo excesso de domesticação, proscrito pela cultura que nos cerca ou simplesmente não ser mais compreendido. Podemos ter-nos esquecido do seu nome, podemos não atender quando ela chama o nosso; mas na nossa medula nós a conhecemos e sentimos sua falta. Sabemos que ela nos pertence; bem como nós a ela. Foi dentro desse relacionamento essencial, fundamental e básico que nascemos e na nossa essência é dele que derivamos. O arquétipo da Mulher Selvagem envolve o ser alfa matrilinear. Há ocasiões em que vivenciamos sua presença, mesmo que transitoriamente, e ficamos loucas de vontade de continuar. Para algumas mulheres, essa revitalizante “prova da natureza” ocorre durante a gravidez, durante a amamentação..." *
 
** clariça pinkola  estees

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