“A Senhora Mãe acalentando o seu filho. Nos braços. No regaço. Ao seio, nessas quase desconhecidas Senhoras do Leite. Mas, além destas imagens expostas, divulgadas, outras há. Durante anos e anos estiveram escondidas. Foram veladas. Foram enterradas. E até destruídas: São imagens das virgens pejadas, prenhadas, as senhoras do Ó ou da Expectação. Virgens grávidas. O repudio oficial que as atingiu é significativo do que Simone de Beauvoir chama “a repugnância do cristianismo pelo corpo da feminino” que “é tal que consente em votar o seu deus a uma morte ignominiosa, mas afasta-o da "mancha” do nascimento”.
Excertos de artigo de Helena Neves
in O Público
- Essas Deusas e Mães que abundam na memória colectiva e que revivem nas orações e peregrinações de culto mariano em Fátima, ou em Lourdes ainda são reminiscências de um culto antigo e milenar da Deusa Mãe e uma evocação À Mãe Mulher na Terra e não à Virgem Santa no Céu...
São uma evocação da Vida e do Nascimento e não da morte e do castigo como o que Cristo Homem sofreu pela mão dos romanos...e a Igreja de Roma ergueu como símbolo do horror e perseguição às mulheres, apagando o AMOR da Concepção, invertendo o seu sentido renegando o nascimento e o corpo fecundo da Mulher amada...
Em contrapartida temos agora uns anafados velhos barrigudos a fazer de pai natal...dão presentes de plástico e armas às criancinhas em vez da vida que só a Mãe pode dar!!!
“Madalena era o Sangraal, no sentido que era o “Cálice”, o útero que transportava o sangue real. A negrura simbólica da Noiva dos Cânticos dos Cânticos e dos davídicos das Lamentações estende-se a esta Maria escondida e à sua filha.”
(...)
“É provável que aqueles que, nos primeiros séculos, conheciam esta lenda
e a identidade de Madalena como mulher de Jesus a tenham associado á noiva negra dos cânticos dos Cânticos. Ela era a irmã-noiva e a amada. A sua “negritude” seria um símbolo do seu estado de escondida; ela era rainha desconhecida - irreconhecível, repudiada e vilipendiada pela Igreja ao longo dos séculos numa tentativa de negar a linhagem legítima e conservar a sua doutrina de um Jesus divino e celibatário.”
Maria Madalena e o Santo Graal
de Margaret Starbird
PORQUE SIRVO A DAMA MAIS NOBRE DO MUNDO
E ADORO-A., DIGO-VO-LO EM VOZ BEM ALTA”
CANÇÃO DO SEC. XII do poeta Arnaut Daniel
A DAMA DO SANTO GRAAL
Quem é esta Maria, conhecida dos primeiros cristãos como a “Madalena”? E como pode ela Ter levado o sangue real para França? Terá o sangue real sido transportado num “vaso de barro”? E o vaso de barro foi uma Mulher? Talvez esta Maria tenha sido a mulher de Jesus e tenha levado o filho dele para a Provença!
(...)
A demanda do Santo Graal é um mistério velho de séculos. As pistas que ligam Maria Madalena ao Sangraal das lendas antigas abundam na arte, na literatura e no folclore da Idade Média, assim como em vários acontecimentos da História e das próprias escrituras. Muitas dessas pistas serão discutidas nos capítulos seguintes, numa tentativa de demonstrar que a Noiva de Jesus foi, acidentalmente, deixada de fora da História como resultado de um turbilhão político na província de Israel logo a seguir à crucificação.”
(...)
“O vaso, o cálice que encarna as promessas do Milénio, o “Sangraal” da lenda medieval, era, acredito agora, Maria Madalena.
1 comentário:
Enviar um comentário