O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

sexta-feira, setembro 16, 2005

O AMOR É SEMPRE...
"A CATÁSTROFE DE UM FANTASMA"


“Quando o eleito do meu coração me desconcerta também sobre as razões da minha escolha, quando é precária, revogável, fluida a imagem da qual a minha alienação amorosa extrai a necessidade, tenho acesso à lucidez do não poder: o Outro é enigma sem palavras. Ele é menos o significante de uma instância ausente que a enigmática ausência de um significado estável e seguro.

Na intriga amorosa, a lucidez não é portanto, em última análise, senão a actualização de uma dupla fraqueza: fraqueza do sujeito, posto a nu pelo código do inconsciente da responsabilidade da sua escolha; mas fraqueza também pela falência do código, impotente para reduzir o ser exterior ao papel que ele lhe impõe.
Dir-se-á, pois, que o amor fluido é a memória que troça, a dissonância na repetição, a catástrofe do fantasma.”


AINDA "a nova desordem amorosa"

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