NA SUA BELEZA INTRÍNSECA

A ROSA SECRETA DO CORAÇÃO
Maria Madalena – a Mulher essência Reveladora dos Mistérios, Sacerdotisa da Grande Deusa e iniciadora do homem ao amor divino da Mãe, é no arquétipo católico, castigada e obrigada a negar o seu poder de amante sagrada, estigmatizada pela Igreja de Roma e pelos patriarcas, é toda e qualquer mulher madura que acorda da sua condição de escrava do senhor, do pai e do filho, reduzida a um sexo e a um ventre ao serviço da economia familiar e social patriarcal.
Qualquer mulher é ainda hoje acusada e difamada se ousar exercer a sua liberdade de ser autónomo ao exprimir o seu dom de cura e amor que lhe é inerente como dádiva.
Os homens desejam a mulher objecto em duas formas restritas quer como esposa e mãe quer como prostituta, separando os dois aspectos da mulher, dividindo-a em duas como um ser sexual apenas e o outro tão só maternal, forçando-a a uma dicotomia permanete configurada nas personagens religiosas da Nossa Senhora, a Imaculada e da Maria Madalena a Pecadora. De um lado, a esposa como função procriadora e de outro a prostituta como função de prazer, mas em pecado! Isto aconteceu ao longo de séculos e acontece ainda hoje em dia de formas disfarçadas, com os preconceitos mais diluídos…
Tal como Maria Madalena foi estigmatizada de prostituta e exortada ao arrependimento a mulher que acorda para ela mesma depois de cumprir as funções de mãe e esposa é igualmente condenada pela sociedade, pelo filho e pelo seu dono e senhor, chamado de marido.
Acontece que quando na Menopausa a Mulher acorda na sua dimensão ontológica, dá-se conta da sua prisão, sente o seu potencial e a força da sua alma emergir, tenta naturalmente sair ou libertar-se. Ela não pode mais ser acorrentada e tem de rebentar as grades da sua prisão! Se o não fizer condena-se a ela mesma ao vazio, ao abandono na velhice, pelo marido e pelos filhos, inutilizada pela sociedade, condenada ao histerismo ou a uma doença terminal que é a forma banal a que quase todas as mulheres do mundo são condenadas e sujeitas depois dos 40 anos e início da Menopausa…
R.L.P.
Sem comentários:
Enviar um comentário