O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

segunda-feira, outubro 10, 2005

MULHERES TERRA-MÃE


LENA GAL - PINTURA
EXPOSIÇÃO PATENTE AO PÚBLICO DE 8 DE OUTUBRO A 5 DE NOVEMBRO DE 2005
NA GALERIA DE ARTE FOR ALL, Av.Costa Pinto,91 1º Dtº - 2750-329 - CASCAIS


O QUE DIZ A PINTORA DE SI E DA SUA OBRA:

"A pintura que faço é uma pintura consciente, vem da minha vivência e das minhas memorias com forte ligação á terra, á ilha onde nasci.

A ilha na minha alma universaliza-se na linguagem pictórica,estabelecendo um dialógo intimista, num figurativo poético, pessoal e de grandes alegorias.

No caminho da minha imaginação de mistérios, da procura, e entre saudades e nostalgias inexplicaveis, cria-se em mim uma inquietação que desagua na tela branca e nas cores terra. Estabeleço dialogos, escolho imagens, assuntos, num constroi e descontroi ( como quando construia, e descontruia os moinhos e bonecos feitos da terra quando brincava em criança) que transcende e a mensagem colorida ganha força.

Pretendo despertar emoções e uma partilha de cumplicidades e afinidades, onde a luz e a cor se transfiguram nas deusas dentro de cada mulher que se vão descobrindo, onde busco no mais infinito do meu método de trabalho as expressões do meu estado de espírito, e onde a verdade pelos tons que os poetas exaltam a liberdade se quer assumir.

Preocupo.me mais o lado humano ético do que o lado estético, sem que isto adultere os valores estéticos da minha obra. Procuro as minhas próprias raizes estéticas, com as melhores resoluções de composição e cor, e não me preocupa os rotolos.

Não gostaria que a considerassem como decorativa, mas arte afectiva, que estabelecesse dialogos com o publico, com as pessoas.

O acto de pintar , criar é toda a minha vida, são momentos de transcendencia, que me faz sentir um misto de inquietudes e tranquilidade no meu interior, por isso necessito de estar só para pintar.

Pinto a mulher como tema de preferencia mas não de uma forma feminista, mas sim porque o feminino faz parte do meu universo, de mim mesma

Mulher, mãe, amiga, a bordadeira, mulher de xailes negros, de véus, mulher á janela, sentada á porta, conta-se contos, histórias, e sonhos, olha-se o mar, o horizonte, e espera-se...

Lena Gale

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