O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

sábado, outubro 01, 2005

Mulher



Mulher,
que fazes nascer outros seres
e ficas prisioneira desse acto
que aconchegas no teu regaço
pela tua vida fora, num abraço.

Mulher,
que fazes da tristeza, alegria
mesmo chorando por dentro,
cantas cantigas de embalar,
e sabes declinar o verbo amar.

Mulher,
que de ti te esqueces sempre,
ajudas os filhos e companheiro,
anulas-te por vezes, por inteiro,
sem lamentos ou recriminações.

Mulher,
que sendo tão forte, és frágil,
sabes ser dura na hora certa,
mas estás sempre desperta,
e tens a doçura do mel no olhar.


8/3/2005
Estela Belém

1 comentário:

Unknown disse...

muito lindo e profundo...