O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

sexta-feira, janeiro 27, 2006


>"Á força de rejeitar o que a Feminilidade traz como solução à angústia do homem, cria-se em todo o caso uma humanidade perfeitamente neurótica.
(...)
Suprimindo a noção de Mãe-Divina, ou submetendo à autoridade de um deus-pai, desarticulou-se o mecanismo instintivo que fazia o equilíbrio inicial: daí advém todas as neuroses e outros dramas que sacodem estas sociedades paternalistas.
(...)
Esta querela entre o natural-instintivo e a razão, nunca passou de uma falsa questão, sendo responsável pela cegueira desta sociedade que, querendo corrigir o instintivo, castrou o ser humano do que era a sua profunda natureza."
>
(...)
In LA FEMME CELTE - de Jean Markale

EROS E TANATOS

EROS, PULSÃO DE VIDA e AMOR... surge associado DESDE SEMPRE à vitalidade e sexualidade da Mulher que é pela Igreja de Roma, tida como a grande tentadora e a fonte do mal e do pecado, enquanto que TANATOS, PULSÃO DE MORTE e ÓDIO… é associado á Igreja de Roma na sua perseguição dos Cultos da Deusa Mãe, cultos da natureza e da fertilidade em contraponto com o Deus ascético dos católicos, representado no horror da morte de Cristo e na condição única de elevação “espiritual” feita através do sacrifício, renúncia e do saneamento do feminino.
Daí a “coerência” do discurso papal, apontado para a renúncia de Eros (da mulher) e sua cura…


Papa Ratz, Vol. 1:
Contra o erotismo e contra o marxismo(!)


“A primeira Encíclica de Joseph Ratzinger enquanto Papa foi hoje disponibilizada. Intitula-se «Deus é Amor» («Deus caritas est») e, na aparência, destina-se a motivar e a apelar ao trabalho caritativo. No entanto, nos seus 42 parágrafos também se encontra uma condenação clara do «eros» e uma preocupação anacrónica com o marxismo. Deixo aqui alguns apontamentos que me ficaram de uma leitura rápida.

1. Nos primeiros parágrafos, defende-se a «renúncia» ao erotismo e a sua «cura»(!). Concretamente, o alemão dos sapatinhos vermelhos diz-nos que
«o eros quer-nos elevar «em êxtase» para o Divino, conduzir-nos para além de nós próprios, mas por isso mesmo requer um caminho de ascese, renúncias, purificações e saneamentos» (páragrafo 5).
Na verdade, esta obsessão católica (muito contra natura...) em reprimir a natureza humana é um problema real: ao longo dos séculos, as directrizes eclesiásticas têm desviado muitos sacerdotes católicos de uma vivência descomplexada e saudável da sexualidade, com danos sociais consideráveis. O problema ainda não foi enfrentado desta vez.”

(…)
Excerto tirado Do DIÁRIO ATEÍSTA

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