Na Babilônia, Ishtar é a antiga divindade que representava a fertilidade. Suas histórias são oriundas das histórias de Inanna da Suméria, mas seu culto floresceu na Babilônia dos Assírios, quando Ishtar era a principal divindade, e se expandiu por quase toda a Ásia, usualmente com outros nomes. Ishtar era importante como uma Deusa-Mãe, deusa da terra, deusa do amor e da guerra. Nas antigas religiões do oriente médio, e posteriormente na Grécia, Roma, e no oeste da Ásia, Ishtar é a deusa mãe, o grande símbolo da fertilidade da terra. Ela é adorada sob vários nomes:
Astarte, Ceres, Cybele, Deméter, Ishtar, Isis, etc...
Com o passar do tempo, as divindades masculinas influenciam a história de Ishtar, e as divindades masculinas passam a ser adoradas em histórias de morte e ressurreição que simbolizam os poderes regenerativos da terra. Da mesma forma como Inana, Ishtar desce ao submundo, e deixa para trás todos os seus pertences na terra.
Posteriormente retorna, simbolicamente ressurgindo para mais um ciclo de morte e renascimento. Ela desce ao submundo procurando o elixir sagrado para restaurar a vida de Tammuz. Ao passar pelos sete portões, ela vai deixando todos os seus pertences, todas as jóias e roupas, assim como todos que entram nos domínios dos mortos. Segundo alguns estudiosos, o mito da descida ao submundo representa a época do ano quando os suprimentos de comida estão em seu ponto mais crítico, no final do inverno. A sua morte representa o término da comida que havia sido guardada, e a sua ressurreição representa a nova colheita que enche de novo os depósitos.
A fertilidade dos campos, e o mistério que envolve as colheitas anuais, se reflete no ritual, onde a fertilidade feminina é adorada. A fertilidade é um mistério, e então as mulheres passam a representar o papel de portadoras deste mistério. Uma das conseqüências destas adoração da fertilidade como mistério é a adoção de rituais ligados ao sexo. Como Heródoto descreve, sobre as práticas da prostituição sagrada na antiga Babilônia, a fertilidade é um mistério e ao mesmo tempo uma obrigação. Ele escreve: O costume babilônico mais sujo é o que compele toda mulher da terra, uma vez na sua vida, se sentar no templo de Afrodite e ter relações com algum estranho.
Muitas mulheres que são ricas e orgulhosas e desdenham em se consorciar com o resto, dirigem-se ao templo em carruagens cobertas, puxadas por times, e lá se postam com um grande acompanhamento de assistentes. Mas a maioria se senta no esquema sagrado de Afrodite, com coroas de corda nas cabeças; há uma grande multidão de mulheres indo e vindo; passagens marcadas por linhas correm por todos os lados pela multidão, através das quais os homens passam e fazem a sua escolha. Quando uma mulher assume seu lugar ela não parte para casa antes de algum estranho lançar dinheiro no seu colo e ter relações com ela fora do templo; mas quando ele lança o dinheiro, ele tem que dizer, `Eu a exijo em nome de Mylitta' (esse é o nome Assírio para Afrodite).
Não importa qual é a soma de dinheiro; a mulher nunca recusará, isso seria um pecado, o dinheiro se torna sagrado através deste ato. Assim ela segue o primeiro homem que lança a moeda e não rejeita nenhum. Depois da relação ela se fez santa na visão da Deusa e parte para sua casa; e depois disso não haverá nenhum suborno grande o bastante que a compre. A prostituição sagrada funcionava mais ou menos colocando a mulher como a mediatrix entre dos homens e os deuses. Ele passa a ser aquela que fica entre dois mundos para facilitar a troca de favores, ou para reconciliar as partes. Este conceito de mediatrix pode ser encontrado na tradição católica, com a Virgem Maria, que como valorosa mãe de Deus, e cheia de graça, ocupa a posição do meio entre deus e suas criaturas. O encontro sexual era tratado como um rito de unificação entre homem e deus (ou deusa), ou como uma maneira para que o macho tenha iniciação no conhecimento dos reinos físico e espirituais.
Strabo comenta que entre os Armênios, não só escravos e escravas, mas as filhas dos homens mais ilustres eram consagradas aos cultos de Anaitis, enquanto eram solteiras. Era costume que elas fossem prostituídas por longos períodos no templo da Deusa, e depois fossem dadas em casamento. " e ninguém desdenha de viver em laço de casamento com tais mulheres"
Robert G. Ingersoll – “As mãos que ajudam valem mais que os lábios de rezam”.
Texto deixado por leitor/a anónimo...
O SORRISO DE PANDORA
“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja.
Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto.
Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado
Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “
In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam
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