(Entre a grosseria e a obscenidade a ignorância e a ordinarice…)
Meu amigo/a estou-lhe agradecida pelo texto que me deixou nos comentários e devo dizer-lhe que concordo e conheço parte da História ou do Mito, como alguns pretendem que seja, que relatam o sentimento ancestral de sacralidade da Deusa e dos seus rituais de iniciação “sexual” e cultos de fertilidade ligados a Terra Mãe, mas hoje em dia penso e sinto que o tema está por demais profanado pelo não menos aberrante conceito cristão do pecado e pela sua perseguição secular da mulher e da sua sexualidade, como fonte do mal.
A dimensão do sagrado vivenciado no Amor da Deusa através do corpo da mulher, esse ritual sagrado como forma de iniciação do homem nas sociedade arcaicas nada têm a ver com a nossa noção de sexo mas menos ainda da prostituta ou da prostituição tendo este termo como sabe a maior carga pejorativa e abjecta que só avilta a mulher.
Nenhum homem dos nossos dias pensa já na sacralidade do corpo da mulher e ainda menos na Deusa - a não ser um iniciado dos seus mistérios - e portanto para mim a prostituição hoje é só uma forma mais de degradação e violência que se abate sobre a mulher pobre e sem recursos - mesmo que esta defenda a prostituição como “força de trabalho”; estou a lembrar-me de um artigo que li há pouco tempo em que era entrevistada uma sindicalista da profissão que defendia o corpo da mulher como um instrumento de trabalho...
Veja o quão longe se está da entrega sagrada à Deusa e da dádiva respeitada pelos nossos antepassados e a visão mercantilista e redutora do prazer pelo prazer e a comercialização do sexo, totalmente alienado do amor e servindo a mulher apenas de “contentor de lixo” tóxico das raivas e frustrações ou mesmo puro sadismo dos homens…
Olhe os jornais, olhe a publicidade, olhe as fotografias e as legendas alusivas a esta feira de “erotismo”…
Aqui, mais uma vez, percebemos que tanto o cristianismo como o marxismo só contribuíram para dinegrir a MATRIZ do mundo, a Mater e a própria origem do homem, a Mãe e a Mulher-amante aquela que o inicia tanto ao dar à Luz como no Amor da Deusa Afrodite…
As Deusas e as mulheres foram totalmente anuladas no Dogma: Pai Filho e Espírito Santo… A Virgem Maria aparece, ainda que mediadora entre o deus e o filho, somente como imaculada… não conspurcada…pelo homem?...
Este é o paradoxo absoluto da Igreja, castradora da Vida e do Instinto Vital, do Sagrado aliado à Natureza e à Terra Mãe…
Só quando o Ser Humano voltar a eleger essa sacralidade no Corpo Redentor da Mulher como Mãe e Amante, e amar da mesma forma a Terra que lhe dá alimento, o Planeta pode ser salvo do caos em que navega ao sabor das guerras e das forças policiais dos Governos…rlp
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