O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

quarta-feira, janeiro 13, 2010

MANIFESTO FEMININO

NOTÍCIA:

UMAR - 35 anos depois, as feministas voltam ao Parque Eduardo VII
13 de Janeiro | 12.30h | Parque Eduardo VII

No próximo dia 13 de Janeiro, celebra-se os 35 anos da primeira manifestação feminista, em Portugal, convocada pelo MLM (Movimento de Libertação das Mulheres) e a UMAR não podia deixar de recordar aquele momento histórico.
Por isso, no dia 13 de Janeiro estaremos lá, de novo! Connosco estarão algumas das protagonistas da época. Queremos assinalar este local como um dos futuros pontos dos Roteiros Feministas na cidade de Lisboa.
CONVITE:

"Aparece com uma peça de roupa roxa, às 12.30h, no canto superior direito do Parque Eduardo VII, junto ao n.º 28 da Av.
Sidónio Pais. Vamos colorir o parque de roxo, ouvir as histórias das feministas que se manifestaram naquele local, em 1975, e conviver ao som de música feminista! 35 anos depois, ocupemos o espaço público, feministizemos o Parque Eduardo VII!"

“Apelamos à presença de todas as pessoas que querem evocar um feminismo que foi silenciado, mas que procura romper barreiras nos tempos actuais!”


ÀS MULHERES DO MEU PAÍS…

FEMI
NISTIZEMOS-NOS A NÓS, LIGUEMO-NOS À TERRA MÃE!!!

As barreiras do tempos actuais são as mesmas de há 35 anos,
as mesmas de há 3 ou 5 séculos, e o silenciar do feminismo não foi mais do que sempre foi…Foi o silenciar do Feminino, o silenciar da Mulher verdadeira, da mulher que o Sistema há muito apagou da vida privada e pública e que transformou a mulher-mulher, a mulher original, numa mulher pertença de seja ele qual for o regime, primeiro submissa, servil, e depois descartável, utilitária, funcional, prática, política, polícia e militar; numa mulher que vende o sexo e numa mulher que faz contractos para ser mãe ou numa mulher que faz parte da Assembleia mas obedece ao marido, ao chefe, ao querido líder, ao pai e ao filho…ao mestre e ao patrão! E quando julga que obedece a si mesma obedece às suas (deles) ideias que ela defende!

-AS mulheres, depois do 25 de Abril foram sempre e apenas arremessadas como bandeira pelos políticos de esquerda para ganhar votos. Os movimentos de mulheres neste país estiveram sempre cativos dos partidos e das ideologias e toda a sua perspectiva é política e social, E PORTANTO IDEALISTA E UTÓPICA sem que nunca se questionem sequer acerca da verdadeira liberdade de serem elas mesmas dentro dos partidos, ou nos lugares a que têm acesso e mesmo agora com a lei da paridade ou com as mulheres no Governo, tudo isso não passa de uma montra para iludir o eleitorado.

AS PROPOSTA E OS OBJECTIVOS DAS FEMINISTAS, são completamente utópicos e irrealizáveis dentro do Sistema Patrista. O Silenciamento das feministas durante 35 anos não aconteceu senão porque as mulheres não estão conscientes, primeiro do que tudo, da sua força interior, da sua integralidade, da sua palavra, do seu ser profundo e uno, e continuaram divididas dentro de si, entre os dois lados condidos da sua natureza, que depois reflectem na divisão entre elas. As mulheres não se ouvem nem se respeitam entre si e ouvem e obedecem sempre aos queridos líderes…

As mulheres não fizeram nada estes 35 anos porque apenas meia dúzia de mulheres detêm o controlo dos pequenos grupos e associações em nome dos partidos e pelo apoio partidário ao serviço dos líderes, apegadas às suas ideias “revolucionárias”, ateias e comunistas, ou socialistas agnósticas, rejeitando a sua herança mística e a sua consciência ontológica. As mulheres rejeitaram o lado sagrado da vida como se fosse a causa da sua inferioridade, associada a uma Igreja que as vilipendiou…mas a Origem da Vida e a essência humana, o Espírito ou a Alma do Mundo e do Planeta são SAGRADOS!!! Isso não é religião! É a Criação! As religiões, nós sabemos, destruíram completamente o élan vital do ser humano com a Vida e a Natureza e o Cosmos.

Deste modo e infelizmente o trabalho das feministas no essencial não singrou, não porque foi silenciado, mas porque não foi realizado com a verdadeira consciência do Ser Mulher. A mulher caiu na armadilha da revolução que, desde a revolução francesa, nunca lhe trouxe a verdadeira liberdade nem a dignidade. Porque não são só os aspectos exteriores da sua condição humana que estão em questão como elas pensam, mas o que é realmente SER MULHER. Essa é que é a verdadeira questão e enquanto não nos questionarmos nesse ponto nada poderemos fazer pelas outras mulheres…

Porque o facto impeditivo e castrador da mulher é que ela continua dentro de si não só amordaçada pela ideologia, como silenciada no seu íntimo há muito e não sabe do seu verdadeiro ser.
A mulher que se quis impor na política pela reformulação das leis e dentro do Sistema fê-lo apenas com uma metade de si, como um mero fruto obtuso do patriarcado. Ela quer: “Erradicar o patriarcado das sociedades contemporâneas, cultivando, ao invés, uma maior equidade e justiça” mas não vê o paradoxo…e mais uma vez cai na ratoeira do Sistema!
Como é que a mulher não vê que tudo o que ela reivindica dentro do Sistema que a oprime, só pode acontecer num Novo Paradigma?

Como é que elas não vêem que o Sistema em si não pode responder às suas aspirações?
Como é que elas não vêem que aquilo que as mulheres reivindicaram após o 25 de Abril em Portugal foi na base de uma filosofia materialista e patriarcal que reduz a mulher a um corpo e uma mente, um intelecto, uma função, toda a herança da ideologia comunista que por sua vez manteve a mesma visão da mulher que no feudalismo ou no fascismo; foi uma luta que se travou apenas ao nível de uma liberdade sexual e económica, em nome de direitos iguais e nunca em termos da sua verdadeira natureza e essência da mulher pois para isso teriam de ir à origem da sua própria história, para lá da história do patriarcado e lutar sim por um novo paradigma que nada tem a ver com os princípios do materialismo e do pensamento racional ocidental.

Se a mulher quiser fazer evoluir a sua condição de ser humano e ter um lugar justo nas sociedades futuras terá de ir mais fundo nela mesma e resgatar o seu ser verdadeiro, o SEU FEMININO FERIDO, lá dos confins do silenciamento e insignificância a que ela foi votada pela Igreja e pelos homens. Não é dentro do Sistema que a mulher tem de lutar pois as armas são sempre as do mais forte e elas são obviamente dos homens onde ela é apenas sujeita…
É fora do Sistema, pela consciência da sua verdadeira força e na conquista do seu poder inato, redescobrindo quem ela realmente é dentro de si mesmo. Não é apenas ao nível do intelecto nem da razão ou do pensamento que a sua força reside, mas principalmente no seu coração, na sua intuição, que está a sua grandeza, é na sua ligação com a Terra que está a sua força e não nas leis ou na política.

O CAMINHO AGORA É PARA DENTRO…


ÀGORA – HIPÁCIA DE ALEXANDRIA

E, muito oportunamente, era bom que todas víssemos um pouco de história verdadeira e que a Igreja escondeu, para clarificar as mulheres de como elas foram castigadas pelo poder patriarcal e machista, no testemunho lancinante de Hipácia de Alexandria no Agora, um belíssimo filme que relata bem a que ponto os fanáticos cristãos silenciaram a Grande Mulher, a mulher da Filosofia e da Palavra, a Mulher da Beleza, a Mulher que ensinava a liberdade e o respeito pelas diferenças, e que por fim, foi despida e arrastada pelos monges e antes de ser queimada foi esquartejada a sua carne por conchas de ostra e já morta e despojada de toda a sua dignidade e honra de mulher perante o evento do Cristo Homem, o Cristo morto pelos vermes de negro, os mesmos que destruíram e queimaram não só a Grande Mulher mas também o que ela defendia com toda a sua alma a Grande Biblioteca de Alexandria.

E eu digo e lamento que essencialmente “As Mulheres do meu País” tenham evoluído tão pouco e que tudo o que conseguiram foi entrar no círculo vicioso do Sistema, corrupto, opressor e redutor do verdadeiro SER MULHER. Nunca passaram das policazinhas e bairro e dos enredos partidários ou dos interesses económicos, aceitando as regras e vendendo-se ao Sistema no seu papel de suplente e inferior de servas.
Digo mesmo, ainda que tenha havido melhorias nas condições de vida das mulheres, que a Caminhada de todos estes anos foi inversa ao sentido do seu Ser verdadeiro porque inverso ao caminho do Sagrado Feminino e da Natureza Mãe.
“As Mulheres do meu País” não melhoraram nada o sentido da ligação com a vida na sua essência nem com a natureza e apenas lucraram ou trouxeram "mais valias" no campo das liberdades relativas, como a da sexualidade e do trabalho ou do acesso às universidades... Porém, como seres individuais e diferentes que são do homem, no campo da sua identidade profunda, no sentido do feminino interior, do seu "empoderamente" enquanto mulheres conscientes do seu valor inato, seja como visionárias, curadoras, parteiras e profetisas, capazes de unir as outras mulheres em força pela dom do espírito e com toda a sua alma, simplesmente o negaram e não fizeram nada.

Os Partidos, a política, as carreiras, a literatura ou a filosofia que seguiram, foi apenas a da expressão do poder Patriarcal, aquele mesmo poder que a nega na raiz do seu ser, aquele mesmo poder que na sua origem nega o seu ser e a força de mulher e a sua função de mater e de matriz.
Se as mulheres não se amarem a si mesmas e umas às outras, e eu sei isto parece uma treta católica, mas o facto é que os homens reinam principalmente pela divisão entre as mulheres, e se as mulheres, tal como os homens, não se voltarem para a Terra Mãe, para cuidar das sementes e do que a terra produz pelas suas mãos, se elas nada fizerem para proteger as árvores e os animais e as plantas, o mar e ar, elas caminharão para o caos e a destruição com o Sistema que defendem e onde querem ter direitos…

Ficaria MUITO feliz de poder ir amanhã (hoje) contribuir com a minha presença e dar o meu braço e abraço às mulheres desconhecidas que acreditam ainda na luta política, mas eu não creio nos Homens de Poder nem nas suas causas!

Acredito na Mulher e no Feminino Sagrado e nos homens pacíficos, acredito no Planeta Terra, Gaia como ser vivo e consciente e quero estar em harmonia com ela, unindo o céu e a terra, e apelar à Deusa para que todas possamos trabalhar por uma sociedade finalmente livre do jugo e do poder do mais forte e da espada. Eu quero reunir-me com as mulheres que trabalham o Feminino Sagrado e acreditam porque sentem a Deusa Mãe, criadora de todas as coisas e nos seus muitos filhos, e fazer com que reine a sua Justiça Divina… E eu sei, essas mulheres, que amanhã (HOJE) irão estar no Parque Eduardo VII estar tão longe disso como estão longe delas mesmas e da sua verdadeira essência!

rosa leonor pedro

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