O CÓDIGO DO GRAAL
O Código do Graal é cantado em versos nas lendas do Feminino e é também um modo de vida...
Muito tempo atrás, de 7000 a 1400 a.C.,pelo menos, os povos primitivos que viviam da terra reverenciavam um criador do sexo feminino que, segundo acreditavam, era responsável pela fertilidade e pela abundância na vida deles.
Para esses povos, qualquer fêmea era sagrada, pois só as mulheres podiam criar a vida a partir do próprio corpo,à semelhança do criador em que acreditavam.
Esses povos viveram milhares de anos em harmonia. O foco da sua civilização era a arte e a criação, a sua economia baseava-se na parceria e na partilha, os seus governadores eram servidores que se encarregavam do bem-estar de todos, a sua filosofia defendia e beneficiava a vida.
As mulheres eram tidas em alta conta. Elas eram juízas, sacerdotisas, legisladoras, curandeiras e fazendeiras. Qualquer tipo de trabalho imaginável podia ser executado por um homem e por uma mulher, que trabalhavam lado a lado.
A sexualidade era sagrada. A sexualidade da Deusa com o seu consorte, o Deus,criava abundância para as pessoas da Terra. A sexualidade era considerada uma dádiva da Deusa e um caminho para a Divindade.
As crianças também eram vistas como dádivas e as concebidas durante épocas sagradas do ano eram particularmente abençoadas e especiais...
Por volta de 4000-3500 a.C.,invasores chamados kurgans vieram do norte trazendo armas e um deus guerreiro. Esses kurgans ,durante milhares de anos, subjugaram a civilização da deusa, transformando uma civilização caracterizada pela parceria em outra de dominadores.
O enfoque deixou de ser a arte, a criatividade, a expressão jovial da sexualidade e da fiscalidade e passou a ser a guerra, o medo, as armas.
O culto festivo e celebrativo, que celebrava a vida, tornando-a um paraíso na Terra, passou a ser cheio de dor, sofrimento, morte e a certeza de um paraíso apenas para alguns, depois da morte; danação e tortura eterna para o resto.
Durante um certo período, os reis cretenses consideravam sagrado o matrimónio com uma mulher - que por ser representante da Deusa era também a Terra - e asseguravam à ela o direito de governar.
A sexualidade era associada com a Deusa e os invasores temiam o poder que Ela concedia às mulheres.
Os sacerdotes do deus guerreiro viam o ato de amor, de expressão sexual, como algo maléfico e vergonhoso e acabaram por destruir toda experiência saudável do sexo com o epíteto: pecaminoso.
Os sacerdotes dos invasores percebiam que o Feminino ainda era forte.Eles nada podiam fazer contra a magia da criação, o fato de que as mulheres, e somente elas, podiam dar à luz uma nova vida dentro do corpo. Então eles defendiam a ideia de que a contribuição do homem era mais importante do que a das mulheres para a concepção de uma nova vida.
Eles canalizavam livros e faziam sermões inspirados pelo seu deus, afirmando que o Feminino era responsável pelo pecado original, era maléfico e sem valor.
Os seus seguidores, diante da opção de acreditar nesses sacerdotes ou serem queimados e condenados à danação eterna, preferiam acreditar.
Até mesmo quando o ungido trouxe a sua mensagem, que era igual a da deusa dos antigos - amor, perdão,sabedoria, luz - os sacerdotes, com receio de perder o poder e o prestígio, repudiaram a mensagem verdadeira que ele trazia e reescreveram os seus ensinamentos, segundo os próprios interesses.
Quando as mulheres foram estigmatizadas como criaturas malignas, pecaminosas, filhas do demónio, e depois subjugadas e dominadas pelos homens, o que perdemos foi o Feminino e tudo o que ele incorpora e significa.
A guerra, embora desconhecida no passado, aos poucos foi se tornando uma coisa normal. A criatividade, direito inato de todos, passou a ser exclusividade de um grupo selecto de "artistas".
Embora antes houvesse partilha, compaixão e cuidado uns com os outros e com a comunidade, o tecido da sociedade se esgarçou pela ganância das autoridades para tudo possuir e preservar.
A parceria foi substituída pela competição, pela dominação e pela vitória do macho alfa.
A terra e a fartura eram herança das mulheres, com a qual elas sustentavam os filhos. Esse direito passou a ser exclusivamente ds homens. Às vezes eles garantiam o sustento dos filhos, às vezes não. Se antes todas as crianças eram bem-vindas, depois somente as legitimadas pelo casamento dos pais passaram a ser valorizadas; todas as outras eram consideradas bastardas.
Se antes os regentes visavam ao bem de todos, depois eles passaram a se apoderar de quase tudo:as pessoas eram escravizadas por reis e papas corruptos a quem tinham que servir.
Quando o Feminino se perdeu, o sexo masculino e o feminino se separaram.
Em vez de lutarem juntos pela sobrevivência, contribuindo igualmente para expressar a singularidade do masculino e do feminino e criar a totalidade do Divino,a psique tanto dos homens quanto das mulheres sofreu uma ruptura e ficou dividida.
A guerra dos sexos se iniciou, resultando num relacionamento desigual do tipo mestre e escravo, dominador e vítima.
A espiritualidade foi usurpada do indivíduo - a sua relação directa com a Divindade - e passou a ser propriedade da Igreja, que passou a tratá-la como uma mercadoria.
Já não era seguro comungar com o Divino em meio à natureza. Todo o contato com o Divino tinha de ser feito por meio da Igreja, do contrário era tido como adoração ao demónio. Qualquer coisa que se desviasse das regras e normas da Igreja era considerada heresia.
Contudo, não se pode destruir ou sufocar o poder do Feminino para sempre...
O Código do Graal é o que vivíamos nas civilizações antigas da Grande Deusa, antes que as mulheres fossem usadas como bode expiatório e os valores do Feminino desacreditados e descartados.
Desde que ele foi expurgado da espiritualidade predominante, ao longo do último molenguemos temos sido condenados a vagar sem rumo pela face da Terra, testemunhando a guerra, a destruição, a poluição, a extinção, a ganância e a corrupção tornando-se norma.
Em decorrência da perda e da desvalorização do Feminino, nós nos alienamos da nossa fonte verdadeira de espiritualidade e da terra sobre cujo solo sagrado nós vivemos.
(…)
Fonte: trechos extraídos de "O ORÁCULO DO CÓDIGO DO GRAAL", Amy Sophia Marashinsky,
Ed. Pensamento
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3 comentários:
Nossa, achei o inicio do texto tão parecido com o meu... aquela q está no seu livro...
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk...
as sincronicidades...
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk...
as vezes é estranho entrar em algum lado e ver meu texto, com ou sem nome... mas é ainda mais estranho ver outro tão parecido e não é o meu... kkkkkkkkkk... mas tudo bem, o importante é propagar a mensagem q está no inconsciente coletivo de todas... e todos...
Bouuuuuuuua semana...
eu pesquisei esta autora e ela é americana, creio...não deve ler em português...penso que o texto é retirado do livro pala anna paim.
Sabe, acho que para quem leu o cálice e a espada e integrou a informação faz facilmente um discurso destes. Não acha?
Eu também acho muita coisa parecida com o que eu escrevo...estamos em sintonia e afinal quem bota a palavra dentro de nós...é a mesma deusa, não a mesma mulher!
KKKKkkkkk?
Nós somos os oráculos da deusa...
um abraço
rosa leonor
Eu publiquei algo extamente relacionado sobre as druidesas ...
Sim somos todas o oraculo da Deusa
Além disso estou relendo o Calice e a Espada e achei muito importante e interessante
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