O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

segunda-feira, julho 11, 2011

MULHERES: O MEDO DE SI MESMAS E DAS OUTRAS MULHERES

MAS TÊM MEDO DE QUÊ AS MULHERES?




Estava a pensar como as mulheres em geral se refugiam numa "PARTILHA" de INTERESSES, LITERATURA E ARTE, TERAPIAS e CURSOS, PALESTRAS, YOGA etc. – Falam sobre as mais variadas coisas, tais como canalizações e astrologia, taralogia, quiromancia; ocupam-se de outros planos e dimensões, ovnis e chakras e auras, corpos astrais - e enfim também coisas da natureza é certo, especializam-se em hortas, plantas, a tratar dos animais e das árvores e claro tudo em nome da alma ou do espírito de deus e do céu ou mesmo da Terra...mas minha Mãe, minha Deusa...elas, no seu interior, no seu íntimo, no mais fundo de si, naquela parte que grita e chora… ficam sempre para trás...
Pensam que se realizam abordando temas espirituais ou dedicando-se a artes florais…fazem meditações e rezam orações e mantras…
Mas no fundo, vivem é escondidas ou escudadas com todas essas projecções ideias, as grandes teorias do que há-de vir...do que virá...de anjos e santos e almas puras e irmãs, que nos virão salvar, mas nunca tratam delas concretamente, nunca aprofundam a sua alma e o seu ser MULHER, nunca vêem o que mais as atormenta, nem a sua sombra; vivem contra natura, contra a sua natureza que desconhecem, vivem contra elas próprias...dedicadas ao amante controlador e ao marido que as asfixia e aos filhos que as absorvem e depois são abandonadas ou morrem de cancro...

De que têm medo as mulheres, porque têm tanto medo de si próprias e de enfrentarem medo das suas emoções ou das outras mulheres, que as espelham, para se escudarem em tanta coisa que por vezes as nega e as omite e não se querem ver a elas mesmas...
SIM, TÊM MEDO DE SI MESMAS E DAS MULHERES E ESSE MEDO É O que as impede de se libertarem e serem mais cooperantes umas com as outras, mais abertas…E quando as outras mulheres as espelham temem o que vêm em si e negam-se a ver quando precisamente deviam avançar, certas de que era por aí que deviam ir…mas não, o medo das emoções e dos espelhos tolhe-as e preferem agarrar-se ao velho mundo e entregarem-se de olhos vendados, cegas e carentes aos homens que as exploram a todos os níveis e as vampirizam energeticamente.
Se há uma coisa emergente neste momento e isso diz respeito a todas as mulheres, é a tomada de consciência do SER MULHER EM SI...um trabalho primordial para toda a mulher que se quer conhecer e aprofundar a questão essencial do seu Ser total.
Enquanto a mulher continuar dividida em estereótipos de acordo com a filosofia do masculino e da formatação que recebeu de uma cultura que omite sistemicamente a Mulher como ser individual, como um todo em si, vendo-a apenas como um objecto de desejo, de prazer, ou de produção...de mãe a barriga de aluguer, de esposa a prostituta...nunca será uma mulher inteira! E inverter os estereótipos e deixar de ser esposa para ser a amante ou a barriga de aluguer...não é a solução. Não é essa a saída, como vimos neste momento as novas feministas ao desfilarem sem soutien, a reclamar os direitos das putas, afinal de contas... chamando-se a si mesmas de "vadias"...
Não, não creio que seja por aí...e não é preconceito...nem a rejeição de nenhum tipo de mulher que sobrevive nessas divisões do seu ser sem saber e sem culpa...mas uma questão de LUCIDEZ...implacável talvez, mas não sem amor e muita compaixão pelas lutas e sofrimentos da mulheres ao longo dos séculos.

PODEMOS SAIR DESSE IMPASSE...PODEMOS UNIR EM NÓS TODAS AS MULHERES QUE O PATRIARCADO DIVIDIU E ESTIGMATIZOU, mas dentro de nós...na união do nosso ser interior e na união das mulher no mundo...

E Não me interpretem mal por amor da Deusa...

rlp

1 comentário:

Unknown disse...

Rosa Leonor,

quem de nós a poderá interpretar mal ou, simplesmente, não a compreender quando se disponibiliza exemplarmente para escrever (materializar) a sua visão (reflexão consciente) sobre a mulher que há em si, uma "fatia da grande tarte universal" da qual todas nós fazemos igualmente parte. Só posso agradecer-lhe por não desistir e por insistir na divulgação, na chamada de atenção e, até de muito pedagógicamente, nos instruir insistentemente. Eu agradeço, até porque acredito nos campos morfogenéticos, e sei que um dia estaremos todas unificadas.

Deixo-lhe um muito carinhoso e solidário Abraço de Luz.

Ana P. Ivo