O SORRISO DE PANDORA
“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja.
Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto.
Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado
Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “
In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam
segunda-feira, outubro 03, 2011
MORTE ÀS MULHERES PELA "HONRA" DE QUEM? DE ALA, OU DE UMA CORJA DE FANÁTICOS ?
Paquistão: Família recusa ‘matar’ filha
Com apenas 17 anos, Kainat Soomro está no centro de uma batalha judicial no Paquistão. Em 2007, a jovem foi raptada e violada repetidas vezes por quatro homens durante três dias. Conseguiu fugir, mas enfrenta agora um conflito maior: um tribunal condenou-a à morte por ter perdido a virgindade fora do casamento.
A lei paquistanesa condena as mulheres que perdem a virgindade fora do casamento a sofrer uma “morte de honra”. Kainat foi raptada quando saía da escola e se dirigia a uma loja por quatro homens. Mantida em cativeiro, e violada inúmeras vezes, a jovem conseguiu fugir e contou à polícia o drama vivido.
O conselho tribal ilibou os suspeitos do crime sexual, considerando que as declarações da jovem eram insuficientes e condenou-a à pena de morte. A família de Kainat opõe-se à decisão e já mudou da pequena cidade onde vivia para Karachi, mas continua a ser alvo de protestos.
“Só quero justiça. Não vou desistir enquanto não tiver justiça”, assegurou a jovem. A família quer levar o caso ao Supremo Tribunal do Paquistão.
O mais recente relatório da Comissão dos Direitos Humanos no Paquistão estima que, em 2009, 46 por cento do total de mulheres mortas se tenha ficado a dever à “honra”. A imprensa noticiou nesse ano 647 casos. Mas os números podem ser muito mais negros. A maioria dos casos não chega ao conhecimento das autoridades e as mortes acabam por ser justificadas com suicídios.
Apesar da maioria dos casos se reportar a mulheres, as estatísticas indicam ainda que 30 por cento das “mortes de honra” reportam a casos envolvendo homens.
in correio da manhã
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