QUANDO “A INTUIÇÃO SAGRADA, essa “ignorância” à qual nós não sabemos fazer suficientemente confiança,” é a Chave da sabedoria inata e de que a mulher é em essência a fiel mediadora - entre o visível e o invisível, o manifesto e o oculto - sendo ela própria o Oráculo. Assim era em Delfos, lugar sagrado, considerado o ônfalo (seio) da Terra, o lugar ou gruta onde a Serpente Piton revelava os SEUS mistérios através das suas Pitonisas. A profecia, é a palavra sagrada que nasce no útero da vida e da Terra, a Voz do Útero na mulher e que lhe dá essa “intuição sagrada”, de que ela foi CRIMINOSAMENTE desapossada pelos sacerdotes guerreiros do deus Apolo…e continuadamente até aos nossos dias pelas pelos padres das religiões patriarcais.
É por essa razão que devemos voltar-nos para a fonte dessa sabedoria, despertar em nós essa Intuição Sagrada e confiar em absoluto nela. A Mulher deve recuperar essa confiança no seu Útero onde reside a sua força e na Terra Mãe e na Deusa E OS SEUS MISTÉRIOS...
É por essa razão que devemos voltar-nos para a fonte dessa sabedoria, despertar em nós essa Intuição Sagrada e confiar em absoluto nela. A Mulher deve recuperar essa confiança no seu Útero onde reside a sua força e na Terra Mãe e na Deusa E OS SEUS MISTÉRIOS...
…"E são estes mistérios que convem abordar. Com
respeito, com audácia e inocência, tentando recorrer à intuição sagrada, essa “ignorância” à qual nós não sabemos fazer suficientemente confiança.”
Porque: “A Deusa é generosa e regeneradora; ela é bela, com o seu cinto de ouro e de serpentes, estendendo os braços para a vida, pressionando os seus seios com as mãos para os fazer deitar leite como Reia – cujo nome significa “jacto de leite” e que se projecta na Via Láctea.(…)
De facto a Deusa Terra, a Magna Mater, recusa-se a fazer parte desses “homens castrados” que são suposto serem mulheres. Para Freud, não havia libido feminino correspondente à libido masculina – o que Lacan retomará dizendo que não há felicidade senão no phallus, o que, acrescenta ele, não significa que “o portador do dito seja feliz” (e que, diga-se de passagem, nos faz pensar que com efeito o homem é, muito mais do que a mulher, capaz de viver como que “separado”, clivado entre o seu phallus e o seu ser).
Outros psicanalistas, como Erich From, recusam-se a seguir Freud nesse terreno. Ele crê na igualdade real entre homem e mulher: “A hipótese segundo a qual uma metade da raça humana seria uma versão mutilada da outra metade não é senão um absurdo”; interpretação alias contestada hoje pelos psicanalistas de escolas diversas que consideram a pseudo-misoginia de Freud como um contra-senso fundamental…Se E. From crê nesse “instinto de morte”, é exclusivamente enquanto parte “destrutiva da libido sádica anal” o seu aspecto necrófilo. Ora a Deusa enquanto Deusa da fertilidade não é profundamente necrófila? Não é essa a sua dimensão primeira?
Mas ela é a Mãe e é aí que começa o drama. Ela está dentro deste fervilhamento da vida fundamental cercada pelas tempestades da morte”, como o diz de forma soberba Otto Walter. Mas o homem seria, ele por si só, excluído destas “tempestades da morte”?
(…)
Uma coisa é certa: o culto da Deusa Mãe está centrado nos Mistérios, no ciclo Vida/Morte/Renascimento e que está no coração de todas as interrogações metafísicas desde o começo dos tempos.
E são estes mistérios que convem abordar. Com respeito, com audácia e inocência, tentando recorrer à intuição sagrada, essa “ignorância” à qual nós não sabemos fazer suficientemente confiança.”(…)(excerto traduzido do francês)De facto a Deusa Terra, a Magna Mater, recusa-se a fazer parte desses “homens castrados” que são suposto serem mulheres. Para Freud, não havia libido feminino correspondente à libido masculina – o que Lacan retomará dizendo que não há felicidade senão no phallus, o que, acrescenta ele, não significa que “o portador do dito seja feliz” (e que, diga-se de passagem, nos faz pensar que com efeito o homem é, muito mais do que a mulher, capaz de viver como que “separado”, clivado entre o seu phallus e o seu ser).
Outros psicanalistas, como Erich From, recusam-se a seguir Freud nesse terreno. Ele crê na igualdade real entre homem e mulher: “A hipótese segundo a qual uma metade da raça humana seria uma versão mutilada da outra metade não é senão um absurdo”; interpretação alias contestada hoje pelos psicanalistas de escolas diversas que consideram a pseudo-misoginia de Freud como um contra-senso fundamental…Se E. From crê nesse “instinto de morte”, é exclusivamente enquanto parte “destrutiva da libido sádica anal” o seu aspecto necrófilo. Ora a Deusa enquanto Deusa da fertilidade não é profundamente necrófila? Não é essa a sua dimensão primeira?
Mas ela é a Mãe e é aí que começa o drama. Ela está dentro deste fervilhamento da vida fundamental cercada pelas tempestades da morte”, como o diz de forma soberba Otto Walter. Mas o homem seria, ele por si só, excluído destas “tempestades da morte”?
(…)
Uma coisa é certa: o culto da Deusa Mãe está centrado nos Mistérios, no ciclo Vida/Morte/Renascimento e que está no coração de todas as interrogações metafísicas desde o começo dos tempos.
In A DEUSA SELVAGEM
Joelle de Gravelaine
2 comentários:
Parabéns, adorei o texto. Para que tanta lógica e razão, basta ver o mundo miserável em que vivemos, fruto desta lógica e desta razão... Oxalá cada vez mais frutifique o reino da "santa ignorância" ou divina intuição feminina!!!
Obrigada cattarse...
Sim, oxalá a mulher acorde apra si mesma e de ouvidos a sua intuição...
rleonor
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