Por Ananda Krishna Lila
"A uma curta distância de um eclipse há uma luz que se extingue nos direitos da mulher. Ali ao lado, no que se esperava ser o último bastião da identidade europeia, a Mãe Rússia despenaliza a violência doméstica pela mão de uma mulher deputada. Já por casa, no extremo ocidental da Europa, uma mãe que se quis suicidar e arrastou com ela as duas filhas, foi condenada por três mulheres juízes a vinte cinco anos de prisão efectiva. Depois de duas ou três notícias em qualquer jornal, perde-se o apetite.
Enquanto isso, emerge em Portugal e no Mundo uma nova classe de espiritualidade inútil que surgiu da cópula entre as religiões matriarcais e a orientalidade teosófica, bem assente na arte do discurso de púlpito em forma circular pirocêntrica e na paralisia da cristianização do yoga. O new-age propõe que a mudança do mundo está ao alcance do pensamento positivo-compulsivo e do esforço pessoal egocentrado e alienado da realidade, para se projectar numa dimensão governada por amor, luz e paz. O sucesso deste movimento reside no facto de ter à cabeça o narcisismo que vive de ego e de palco* ao invocar o "like" alheio pela frase fácil ou lenitiva e que diz com precisão o que se espera ouvir mas nunca a realidade dos factos- que este mundo é na maioria das vezes um lugar hostil à grandeza da alma! Mas o mundo nunca mudou pela evasão visual e prostração meditativa kundalinica de uma linha de chakras devidamente alinhados, o mundo em permanente mudança fica um lugar melhor de cada vez que alguém tem a capacidade de apontar o erro e agir com força de guerra...mantendo na mesma os chakras alinhados.
*expressão "vive de ego e de palco", cortesia de Rosa Leonor Pedro
*expressão "vive de ego e de palco", cortesia de Rosa Leonor Pedro
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