O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

quinta-feira, fevereiro 09, 2017

A MÃE RUSSIA



Por Ananda Krishna Lila


"A uma curta distância de um eclipse há uma luz que se extingue nos direitos da mulher. Ali ao lado, no que se esperava ser o último bastião da identidade europeia, a Mãe Rússia despenaliza a violência doméstica pela mão de uma mulher deputada. Já por casa, no extremo ocidental da Europa, uma mãe que se quis suicidar e arrastou com ela as duas filhas, foi condenada por três mulheres juízes a vinte cinco anos de prisão efectiva. Depois de duas ou três notícias em qualquer jornal, perde-se o apetite.

Enquanto isso, emerge em Portugal e no Mundo uma nova classe de espiritualidade inútil que surgiu da cópula entre as religiões matriarcais e a orientalidade teosófica, bem assente na arte do discurso de púlpito em forma circular pirocêntrica e na paralisia da cristianização do yoga. O new-age propõe que a mudança do mundo está ao alcance do pensamento positivo-compulsivo e do esforço pessoal egocentrado e alienado da realidade, para se projectar numa dimensão governada por amor, luz e paz. O sucesso deste movimento reside no facto de ter à cabeça o narcisismo que vive de ego e de palco* ao invocar o "like" alheio pela frase fácil ou lenitiva e que diz com precisão o que se espera ouvir mas nunca a realidade dos factos- que este mundo é na maioria das vezes um lugar hostil à grandeza da alma! Mas o mundo nunca mudou pela evasão visual e prostração meditativa kundalinica de uma linha de chakras devidamente alinhados, o mundo em permanente mudança fica um lugar melhor de cada vez que alguém tem a capacidade de apontar o erro e agir com força de guerra...mantendo na mesma os chakras alinhados.


*expressão "vive de ego e de palco", cortesia de Rosa Leonor Pedro

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