O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

sábado, fevereiro 18, 2017

O EU PROFUNDO




"Ser é além do humano. (…) O desconhecido aguarda-nos, mas sinto que esse desconhecido é uma totalização e será a verdadeira humanização, pela qual ansiamos. Estou falando da morte? Não, da vida" - Clarice Lispector, A Paixão Segundo G.H.


É curioso chegar a um momento na vida e perceber que ninguém sabe nada e que ao longo de uma vida todos nos quiseram vender filosofias e deuses, quando um dos filósofos da antiguidade mais conhecido disse justamente no fim da sua vida que tudo que sabia era que não sabia nada...

Ninguém pode dizer o que é a VERDADE...e muito menos  tem de dizer qual é a verdade do outro, pois ninguém sabe a não ser o próprio e não estamos a falar de aparências... Cada pessoa só pode falar de si e da sua verdade . Porque o nosso grande erro é pensar que sabemos a verdade do outro...e daí advém toda a confusão e falsidade. Pelo medo de se ser julgado não dizemos o que sentimos e mentimos, e assim disfarçamos o que sentimos e criamos energias contraditórias que nos sufocam uns aos outros
Não há neste mundo verdades absolutas...nem deuses ou demónios únicos...A verdade é sempre relativa a cada ser, mas depende muito do seu nível de consciência e da sua capacidade de lidar com os múltipos aspectos da sua humanidade. Sem se aceder ao Eu profundo e a um centro interior, condutor da persona, tudo varia com o olhar superficial e de acordo com a dualidade...

rlp

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