O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

sexta-feira, fevereiro 10, 2017

LIGAR O CÉU E A TERRA



SER OU NÃO SER

"A nossa civilização, baseada nos falsos valores do patriarcado, está em plena ruína, até no plano material. Para evitar a autodestruição, é preciso despertar o culto da feminilidade, que é o único a permitir o pleno desenvolvimento tanto do homem como da mulher." *

" As mulheres são efectivamente sábias por natureza, mas para os homens a sabedoria tem de ser ensinada pelos manuais.''
Do drama indiano "O pequeno cesto de barro" escrito pela mão do rei Śūdraka, sec II A.C.
 


A experiência do ser (ou não ser) EM SI ou da sua essência que não é uma mera crença nem uma ciência ou filosofia, mas uma Consciência interior do nosso Ser - corpo-alma e espírito - e das suas partes constituintes, inalienáveis (e eu não estou a falar de órgãos, como é evidente), começa numa tomada de consciência do Si mesmo como diria Jung e também conforme é abordado por A. Damásio na sua  versão científica no livro O Erro de Descarte. Em primeira instância há uma consciência emocional e psicológica, a despertar, a que se refere aos nossos complexos e traumas, recalcamentos e cristalizações, assim como às  suas representações nos mitos e símbolos, referência aos arquétipos. Sem essa consciencialização de si e  da sua Psique dificilmente o ser avança ou chega a um plano de conhecimento de si a nível individual. Mas para isso é necessário o livre arbítrio ou a vontade do indivíduo que é determinante na procura dessa consciência que é inata e inerente a cada ser humano, especialmente na mulher, que tem uma sabedoria inata.
Nessa busca dá-se  uma iniciação-abertura  que corresponde à vontade sincera do ser humano em se encontrar consigo mesmo e quando este olha para dentro para os seus sentidos interiores e vive a dinâmica dos opostos complementares, e une o feminino e masculino, anima e animus ele encontra-se dianta da Obra que é ele próprio. Eis o caminho da iluminação segundo os alquimistas...

É dentro de nós que está o reino dos céus dizem todos os livros sagrados. Portanto tal como Cristo disse, “ procura e encontrarás, pede e ser-te-á dado “. Assim, vistas as coisas no plano meramente mental racional e intelectual apenas, tendo de um lado os crentes e do outro os ateus e agnósticos, nunca chegaremos a nenhuma compreensão síntese. A Visão é interior e dá-se na integração dos polos opostos complementares sendo essa a grande Lei Alquímica da vida, a Pedra Filosofal dos alquimistas. A Busca do Graal é  a Busca da Mulher essência...que une as energias cósmicas e telúricas que por sua vez são activadas na dinâmicas entre o interior e exterior, e que actuam através da Mulher Realizada, que é iniciada por natureza.  

"A mulher potencialmente está ligada ao conhecimento e à sabedoria que são duas forças complementares na grelha de base. A mulher realizada domina a dualidade e ajuda o homem a transcendê-la. Enquanto o homem tem acesso ao conhecimento que está no início de tudo e além disso tem a vontade."*
rlp

* Étienne guillé

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