SER OU NÃO SER
"A nossa civilização, baseada nos falsos valores do patriarcado, está em plena ruína, até no plano material. Para evitar a autodestruição, é preciso despertar o culto da feminilidade, que é o único a permitir o pleno desenvolvimento tanto do homem como da mulher." *
Do drama indiano "O pequeno cesto de barro" escrito pela mão do rei Śūdraka, sec II A.C.
A experiência do ser (ou não ser) EM SI ou da sua essência que não é uma mera crença nem uma ciência ou filosofia, mas uma Consciência interior do nosso Ser - corpo-alma e espírito - e das suas partes constituintes, inalienáveis (e eu não estou a falar de órgãos, como é evidente), começa numa tomada de consciência do Si mesmo como diria Jung e também conforme é abordado por A. Damásio na sua versão científica no livro O Erro de Descarte. Em primeira instância há uma consciência emocional e psicológica, a despertar, a que se refere aos nossos complexos e traumas, recalcamentos e cristalizações, assim como às suas representações nos mitos e símbolos, referência aos arquétipos. Sem essa consciencialização de si e da sua Psique dificilmente o ser avança ou chega a um plano de conhecimento de si a nível individual. Mas para isso é necessário o livre arbítrio ou a vontade do indivíduo que é determinante na procura dessa consciência que é inata e inerente a cada ser humano, especialmente na mulher, que tem uma sabedoria inata.
Nessa busca dá-se uma iniciação-abertura que corresponde à vontade sincera do ser humano em se encontrar consigo mesmo e quando este olha para dentro para os seus sentidos interiores e vive a dinâmica dos opostos complementares, e une o feminino e masculino, anima e animus ele encontra-se dianta da Obra que é ele próprio. Eis o caminho da iluminação segundo os alquimistas...
É dentro de nós que está o reino dos céus dizem todos os livros sagrados. Portanto tal como Cristo disse, “ procura e encontrarás, pede e ser-te-á dado “. Assim, vistas as coisas no plano meramente mental racional e intelectual apenas, tendo de um lado os crentes e do outro os ateus e agnósticos, nunca chegaremos a nenhuma compreensão síntese. A Visão é interior e dá-se na integração dos polos opostos complementares sendo essa a grande Lei Alquímica da vida, a Pedra Filosofal dos alquimistas. A Busca do Graal é a Busca da Mulher essência...que une as energias cósmicas e telúricas que por sua vez são activadas na dinâmicas entre o interior e exterior, e que actuam através da Mulher Realizada, que é iniciada por natureza.
"A mulher potencialmente está ligada ao conhecimento e à sabedoria que são duas forças complementares na grelha de base. A mulher realizada domina a dualidade e ajuda o homem a transcendê-la. Enquanto o homem tem acesso ao conhecimento que está no início de tudo e além disso tem a vontade."*
rlp
* Étienne guillé
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