"A tirania mais bem-sucedida será aquela que impedir a edificação da liberdade interior, a que conseguir gerar, somente, seres programados para obedecer sem questionar."
Samuel F. Pimenta
"A tirania mais bem-sucedida" foi sem duvida e é ainda a tirania sobre a mulher...e o facto de ser um homem e não uma mulher a escrever este livro - que ainda não li, mas cujo autor me parece ser um jovem inteligente e sensível -, choca-me profundamente.
Sim, sinto uma espécie de choque que não tenha sido uma mulher a escrevê-lo...e não há duvida que as mulheres o vão ler e o acolherão com satisfação - porque é um homem a falar delas, a dar-lhes importância. E é ai que fico chocada porque se fosse uma mulher a escrever sobre elas, elas não leriam não seguiriam e poriam em dúvida o valor de uma outra mulher, porque elas não confiam umas nas outras, nem acreditam no seu potencial sem a proteção e apoio do macho provedor, seja ele o amante o marido o médico ou o escritor... Esta é ainda a mentalidade e ela reflecte-se nas mais pequenas coisas. Elas precisam ainda que seja o olhar do homem a validá-las...
Choca-me que não hajam mulheres com consciência para perceber e escreverem sobre uma realidade que as oprimiu e oprime cada dia mais e que não parece estar no fim, bem pelo contrário, deu um volte face enorme em todo o mundo...Estamos perante um retrocesso cultural e histórico em que a mulher está ameaçada de morte e extermínio...e se pensam que exagero leiam com atenção as noticias dos jornais e dos noticiários...As conquistas e liberdades das mulheres no mundo inteiro estão em queda...elas estão ameaçadas na sua integridade física e de ser violadas pelos (milhares) migrantes que invadem a Europa e atacadas por lideres (Trump e Putin) assim como por movimentos misóginos e falocráticos.
Contudo as mulheres continuam distraídas e vejo com choque e com estupor mesmo a forma como as mulheres continuam alienadas das causas dessa opressão e perseguição, alienadas das causas que as desvalorizaram e as tornaram vazias de identidade e predispostas a sofrer todo o tipo de abuso e a servirem o Sistema de uma maneira ou de outra. Mesmo as politicas, deputadas e ministras...elas servem a ordem patriarcal falocrática.
Eu sei que vão ficar surpreendidas com a minha abordagem ao livro que ainda não li - mas na linha que defendo e apesar de considerar o autor um homem inteligente e sensível, pergunto até que ponto um homem se pode colocar na pele da mulher e dizê-la com propriedade...ou se mais uma vez as mulheres vão ser aquilo que os homens sempre escreveram sobre elas...e não elas próprias.
Eu não quero ser injusta com o autor munido de tão boa vontade e sentido de justiça e até amor à mulher, mas era tempo de serem as mulheres a dizerem sobre si a sério e não a lerem o que os homens escrevem sobre elas...
Que o autor me perdoe...porque até simpatizo com ele, mas porque teimam os homens em querer escrever sobre a Mulher? O que pode um homem dizer sobre a iluminação de uma mulher???
rlp
Ananda Krishna Lila : A história repete-se em círculos quando deveria avançar em espiral. Já lemos considerações sobre a mulher cativa desde cinco milénios mas hoje, depois de tantas conquistas, os homens teimam em ter voz para configurar a mulher até na sua liberdade. O sistema que era androcêntrico passou a falocêntrico, o homem perde terreno físico sem perder terreno intelectual e a mulher livre não é o arquétipo da mulher selvagem mas a mulher livre idealizada pelo homem.
Sim, sinto uma espécie de choque que não tenha sido uma mulher a escrevê-lo...e não há duvida que as mulheres o vão ler e o acolherão com satisfação - porque é um homem a falar delas, a dar-lhes importância. E é ai que fico chocada porque se fosse uma mulher a escrever sobre elas, elas não leriam não seguiriam e poriam em dúvida o valor de uma outra mulher, porque elas não confiam umas nas outras, nem acreditam no seu potencial sem a proteção e apoio do macho provedor, seja ele o amante o marido o médico ou o escritor... Esta é ainda a mentalidade e ela reflecte-se nas mais pequenas coisas. Elas precisam ainda que seja o olhar do homem a validá-las...
Choca-me que não hajam mulheres com consciência para perceber e escreverem sobre uma realidade que as oprimiu e oprime cada dia mais e que não parece estar no fim, bem pelo contrário, deu um volte face enorme em todo o mundo...Estamos perante um retrocesso cultural e histórico em que a mulher está ameaçada de morte e extermínio...e se pensam que exagero leiam com atenção as noticias dos jornais e dos noticiários...As conquistas e liberdades das mulheres no mundo inteiro estão em queda...elas estão ameaçadas na sua integridade física e de ser violadas pelos (milhares) migrantes que invadem a Europa e atacadas por lideres (Trump e Putin) assim como por movimentos misóginos e falocráticos.
Contudo as mulheres continuam distraídas e vejo com choque e com estupor mesmo a forma como as mulheres continuam alienadas das causas dessa opressão e perseguição, alienadas das causas que as desvalorizaram e as tornaram vazias de identidade e predispostas a sofrer todo o tipo de abuso e a servirem o Sistema de uma maneira ou de outra. Mesmo as politicas, deputadas e ministras...elas servem a ordem patriarcal falocrática.
Eu sei que vão ficar surpreendidas com a minha abordagem ao livro que ainda não li - mas na linha que defendo e apesar de considerar o autor um homem inteligente e sensível, pergunto até que ponto um homem se pode colocar na pele da mulher e dizê-la com propriedade...ou se mais uma vez as mulheres vão ser aquilo que os homens sempre escreveram sobre elas...e não elas próprias.
Eu não quero ser injusta com o autor munido de tão boa vontade e sentido de justiça e até amor à mulher, mas era tempo de serem as mulheres a dizerem sobre si a sério e não a lerem o que os homens escrevem sobre elas...
Que o autor me perdoe...porque até simpatizo com ele, mas porque teimam os homens em querer escrever sobre a Mulher? O que pode um homem dizer sobre a iluminação de uma mulher???
rlp
Ananda Krishna Lila : A história repete-se em círculos quando deveria avançar em espiral. Já lemos considerações sobre a mulher cativa desde cinco milénios mas hoje, depois de tantas conquistas, os homens teimam em ter voz para configurar a mulher até na sua liberdade. O sistema que era androcêntrico passou a falocêntrico, o homem perde terreno físico sem perder terreno intelectual e a mulher livre não é o arquétipo da mulher selvagem mas a mulher livre idealizada pelo homem.
Sem comentários:
Enviar um comentário