O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

sexta-feira, março 03, 2017

QUANDO A DEUSA ERA ADORADA


A VIDA, A DEUSA-MÃE E A MORTE

“A Terra-Mãe, a Deusa-Mãe de todas as religiões posteriores, é sentida, (...) como matriz universal, como fonte ininterrupta de toda a criação. A morte, em si própria. Não é um fim definitivo, não é um aniquilação absoluta, tal como é por vezes concebida no mundo moderno. A morte, é assimilada à semente que, enterrada no seio da Terra-Mãe, fará nascer uma planta nova. Pode assim falar-se de uma visão optimista da morte, pois a morte é considerada como um regresso à Mãe, uma reintegração provisória no seio materno. (...) Eis porque, a partir do neolítico, encontramos o enterro em posição embrionária: os mortos são colocados na Terra numa atitude de embriões, como se esperasse a todo o momento regressarem à vida.”
(...)
“O que a Lua revela ao homem religioso (numa autêntica metafísica da Lua), é não somente que a Morte está indissociavelmente ligada à Vida, mas também, e sobretudo, que a morte não é definitiva, que é sempre seguida de um novo nascimento.
É por tais razões que o culto da Grande Deusa-Mãe, a que estão ligados os dolmens da civilização megalitica, é um culto simultâneamente terrestre e lunar.” * Miscea Iliade

“Representações ofídicas e astrais, como aqui das mais correntes nos dolmens deste período, nos poderá levar a supor que a Deusa era já adorada e cultuada como rainha do céu e da terra, mãe dos vivos e dos mortos, num culto inseparável de fertilidade e funerário: ainda, com o seu poder de fazer germinar os grãos e ressuscitar os mortos, ele surgirá na época do domínio, sob o nome de Atégina.”

Cita, Dalila Pereira da Costa, no seu livro “da Serpente à Imaculada”
Foto da escritora Dalila Pereira da Costa, tirada por Isabel Ruthe

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