A DIFERENÇA ENTRE O DIVINO E A CRENÇA...
“[…] noutros tempos, o divino fez parte, intimamente, da vida humana. Mas, está claro que esta intimidade não pode ser percebida a partir da consciência actual. Aceitamos a crença – ‘o feito’ da crença – mas é difícil reviver a vida em que a crença não era fórmula cristalizada, senão um hálito vivente que em múltiplas fórmulas indefiníveis, indistinguíveis perante a razão, levantava a vida humana, a incendiava ou a adormecia levando-a por lugares secretos, promovendo ‘vivências’, cujo eco encontramos nas artes e na poesia, e cuja réplica, talvez, deu origem a actividades da mente tão essenciais como a filosofia e a própria ciência”
“[…] noutros tempos, o divino fez parte, intimamente, da vida humana. Mas, está claro que esta intimidade não pode ser percebida a partir da consciência actual. Aceitamos a crença – ‘o feito’ da crença – mas é difícil reviver a vida em que a crença não era fórmula cristalizada, senão um hálito vivente que em múltiplas fórmulas indefiníveis, indistinguíveis perante a razão, levantava a vida humana, a incendiava ou a adormecia levando-a por lugares secretos, promovendo ‘vivências’, cujo eco encontramos nas artes e na poesia, e cuja réplica, talvez, deu origem a actividades da mente tão essenciais como a filosofia e a própria ciência”
1955, Maria Zambrano
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