O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

sábado, outubro 14, 2017

PORQUE ODEIO OS POLITICOS...



A POLITICA QUE ASCO $$$$ E O PERIGO DAS IDEOLOGIAS DE MORTE...

Não acredito em nenhum politico, em nenhum Partido em nenhum homem de esquerda ou de direita - e a coisa mais absurda é que ninguém vê que tanto de um lado como do outro (os extremos tocam-se) e porque defendem as suas cores e as suas crenças...dizem e fazem o mesmo, uns e outros.
Para quem está de fora do jogo politico e das politiquices a única coisa que se evidencia é que TODOS MENTEM E TODOS ROUBAM, TODOS ENGANAM e que as convicções cegam as melhores pessoas...e as massas não passam de carneiros, adeptos do "benfica e do sporting ou do porto" - é vê-los como comentadores desportivos para os conhecer, perdem toda a postura: esgatanham-se como rapazolas e ofendem-se uns aos outros cometendo todos as mesmas violências verbais abusos e cegueira...como primatas.

rlp


    ERIC VOEGELIN - ( IDEOLOGIAS )

    Eric Voegelin odeia com ódio mortal qualquer tipo de ideologia, seja à direita à esquerda ou ao centro, seja marxismo, nacional-socialismo ou positivismo. Eis uma síntese de seus motivos:

    1) Desonestidade intelectual: a ideologia é uma forma de desonestidade intelectual, pois o sujeito não busca examinar a estrutura da realidade; logo um ideólogo não pode jamais ser um cientista;

    2) Busca da razão: ideólogos disputam rixas internas que demonstram que ambos os lados estão errados; basta, portanto, manter-se contra todos para ao menos ter alguma razão (Voegelin cita como exemplo de sua afirmação a reforma protestante no século XVI);

    *em razão dessa sua posição Voegelin fora chamado de comunista, fascista, nazista, liberal, judeu, católico, protestante, platônico, neo-agostiniano, tomista e hegeliano.


    3) Ódio primitivo: as ideologias foram criadas para justificar o morticínio de seres humanos por diversão; mais profundamente, tal comportamente decorre de uma necessidade de conquista de uma pseudo-identidade para substituir a perda do ego humano, o que se faz preferencialmente matando alguém; isto é feito através da criação de Segundas Realidades, que substituem as tensões reais como vida/morte, luz/trevas, fé/desespero, as quais são inerentes à Primeira Realidade (ver The Eclipse of Reality).

    Em razão deste eclipse, perde-se a dignidade inerente a todo ser humano, transformando este numa mera máquina a ser exterminada em razão de uma "causa". No meio intelectual, a ideologia cria a indiferença ante a dor alheia. Os intelectuais perdem o próprio ego e se transformam em proxenetas a serviço do Estado totalitário.

    4) Destruição da linguagem: seja no nível do jargão intelectual de alta complexidade seja no nível vulgar, a ideologia busca ocultar suas premissas erradas se valendo de outra estrutura de linguagem, para que tais premissas equivocadas não sejam descobertas e discutidas. Cita como exemplo ideólogos que preferem Hegel a Marx apenas porque aquele usa linguagem mais complicada. Marx era um charlatão intelectual deliberado, que criou uma ideologia para apoiar a violência contra seres humanos. O problema da filosofia de Marx era sua fuga constante e consciente de dialogar com o argumento etiológico de Aristóteles (problema segundo o qual o homem não provém dele mesmo, mas do plano divino da realidade).

    5) Vulgarização do debate: as ideologias vulgarizam as discussões intelectuais, fazendo do debate público uma oclocracia (governo de vulgares). Considera-se fascista/autoritária simples referência a fatos da história cujo conhecimento é necessário para discussão de problemas políticos. Condena-se assim o conhecimento histórico e filosófico. Os intelectuais limitam seus horizontes de consciência, razão pela qual os debatedores são analfabetos funcionais com forte ânsia de autopromoção.

    Todo este contexto de perversão dos símbolos necessários à compreensão da realidade favoreceu a ascenção de Hitler na Alemanha, provando Voegelin que o nacional-socialismo alemão não foi um fato aleatório ou a que estava a Alemanha predestinada a sofrer, mas resultado da decadência moral, espiritual e intelectual de uma nação que trocou Cristo por Thor e Odin.

    Voegelin alerta que não se pode admitir um vulgar como interlocutor de um debate, pois se trata de um problema sério, já que foram os vulgares que construíram a atmosfera intelectual propícia à figura de Hitler. No caso alemão, os destruidores da língua nacional pela literatura e pela imprensa (fato relatado por Karl Kraus em Die Fackel) foram os verdadeiros culpados pelas atrocidades do nacional-socialismo, que só foi possível em razão do ambiente social tão destruído permitir a ascensão de um representante deste nível vulgar.

    A ideologia é chamada de religião política, apesar do termo religião ser vago e deformar o problema real da experiência, segundo relata o próprio Voegelin. A autoridade da Igreja é substituída pela do Estado, o que demonstra a íntima ligação entre a vida do espírito e a vida política (relação que o prof. faz entre Leviatã de Hobbes, o Hino do Rei Sol de Akhenaton e o Apocalipse). Esta alteração da autoridade enseja a criação de realidades alternativas, fundadas somente em bases ideológicas. A luta do prof. Voegelin é restaurar a ordem do espírito na vida em sociedade.

    Fonte: Reflexões Autobiográficas e Hitler e os Alemães, ambos de Eric Voegelin.

    Texto de Dk Bertelli

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