As Dez regras da alquimia feminina
"Quando a respiração verdadeira se instala, o sangue transforma-se em secreções que, partindo da zona intermédia dos seios, circulam por todos os canais e irrigam o corpo inteiro. Estas secreções vivem graças a que se nutrem do “leite de jade” (yuru) que não é mais do que o alento vital da respiração interna, que brota de dentro do corpo. A mulher sublima o alento por meio de movimentos circulares no interior do palácio central.* Os procedimentos correctos da via feminina oferecem um método exclusivo que consiste em fazer com que o mantra búdico om mani padm hum produza remoinhos no centro do corpo. Cada uma das seis sílabas está orientada de maneira concreta em relação ao centro do corpo, que é onde se situa o OM. Ao respirar a adepta faz girar em remoinhos este mantra, para que as cinco forças psíquicas das cinco vísceras subam e se reúnam na fonte.
(…)
Tendo em conta o que dizem as Dez regras da alquimia feminina, é importante que a mulher cuide e harmonize a sua força espiritual original. Os resultados são obtidos primeiro que no caso dos homens dado que, ao chegar à respiração embrionária, ela já percorreu dois terços do caminho. Mas tem de fazer agora o possível para que se abra a flor da sua mente-coração; e isso sobretudo através do cumprimentos dos preceitos. Quando esta flor se abre, emite a luz do corpo original. A mente-coração entra numa fase de absorção, a sua luz ilumina o tórax e o abdómen. Neste estado, quando o sol e a lua iluminam o caos com a luz que tudo ilumina, aparece o elixir de oiro.
Quando a adepta entra nesta fase de absorção, é como se estivesse morta, tem a tez branca e parece que já não respira. Faz falta então que alguém vele por ela dia e noite – este estado pode durar de um a dez dias – e evite-se qualquer grito ou qualquer ruído que a possa assustar, pois a sua força espiritual poderia ver-se afectada e precipitá-la no abismo dos demónios e da loucura. Quando ela sai da sua absorção, a sua respiração nasal é recuperada pouco a pouco e a luz divina se desvela parcialmente. Então é quando há que chamar a adepta pelo seu nome em voz baixa. A partir daí, ela retoma a vida habitual, ainda que se mantenha alerta, pois os perigos não se podem descartar completamente antes que se cumpra a etapa seguinte: a etapa em que será capaz de fazer sair a sua força espiritual (original).
Taoísmo e Alquimia Feminina
(traduzido do espanhol)
Catherine Despeux
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