O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

terça-feira, dezembro 29, 2020

A ALQUIMIA FEMININA



As Dez regras da alquimia feminina


"Quando a respiração verdadeira se instala, o sangue transforma-se em secreções que, partindo da zona intermédia dos seios, circulam por todos os canais e irrigam o corpo inteiro. Estas secreções vivem graças a que se nutrem do “leite de jade” (yuru) que não é mais do que o alento vital da respiração interna, que brota de dentro do corpo. A mulher sublima o alento por meio de movimentos circulares no interior do palácio central.* Os procedimentos correctos da via feminina oferecem um método exclusivo que consiste em fazer com que o mantra búdico om mani padm hum produza remoinhos no centro do corpo. Cada uma das seis sílabas está orientada de maneira concreta em relação ao centro do corpo, que é onde se situa o OM. Ao respirar a adepta faz girar em remoinhos este mantra, para que as cinco forças psíquicas das cinco vísceras subam e se reúnam na fonte.
(…)

Tendo em conta o que dizem as Dez regras da alquimia feminina, é importante que a mulher cuide e harmonize a sua força espiritual original. Os resultados são obtidos primeiro que no caso dos homens dado que, ao chegar à respiração embrionária, ela já percorreu dois terços do caminho. Mas tem de fazer agora o possível para que se abra a flor da sua mente-coração; e isso sobretudo através do cumprimentos dos preceitos. Quando esta flor se abre, emite a luz do corpo original. A mente-coração entra numa fase de absorção, a sua luz ilumina o tórax e o abdómen. Neste estado, quando o sol e a lua iluminam o caos com a luz que tudo ilumina, aparece o elixir de oiro.

Quando a adepta entra nesta fase de absorção, é como se estivesse morta, tem a tez branca e parece que já não respira. Faz falta então que alguém vele por ela dia e noite – este estado pode durar de um a dez dias – e evite-se qualquer grito ou qualquer ruído que a possa assustar, pois a sua força espiritual poderia ver-se afectada e precipitá-la no abismo dos demónios e da loucura. Quando ela sai da sua absorção, a sua respiração nasal é recuperada pouco a pouco e a luz divina se desvela parcialmente. Então é quando há que chamar a adepta pelo seu nome em voz baixa. A partir daí, ela retoma a vida habitual, ainda que se mantenha alerta, pois os perigos não se podem descartar completamente antes que se cumpra a etapa seguinte: a etapa em que será capaz de fazer sair a sua força espiritual (original).

Taoísmo e Alquimia Feminina

(traduzido do espanhol)

Catherine Despeux


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