Achei o livro muito repetitivo e sem coerência, como bem a autora declara no final do livro. Igualmente uma emotividade desnecessária nas palavras, transversais a outros temas, quando poderia existir uma neutralidade na apresentação do tema. Talvez usar de pragmatismo na exposição do tema seria benéfico. Estava muito interessada no tema e saí desiludida.
Este comentário ao meu livro Lilith A Mulher Primordial, de uma (não) leitora desconhecida, encontrado na WOOK, mostra-me realmente como as mulheres intelectuais ou pretensamente intelectuais pensam com um ego masculino, em nome da logica, da ordem, gramática, e que pede do livro, organização, neutralidade, pragmatismo e não emoção, tudo isto ao contrário da Mulher... Portanto, razão logica e programação... contra, intuição emoção e desordem ... sim, o sentir pensar da mulher é diametralmente oposto ao do homem.
A Verdade irredutível para mim é que a Mulher nasce mulher tal como o homem nasce homem; essas são as coordenadas da Natureza biológica e anímica do homem e da mulher à partida e marca as diferenças entre si, seja do sentir seja do pensar, mas a mulher moderna ficou-se apenas no pensamento cartesiano e logico e pensa e logo julga que é o que pensa!...sem perceber sequer ou dar-se a hipotese de entender que a sociedade machista e falocrática a modelou à sua maneira e como quer desde que nasce para obedecer ao dono ao pai e ao senhor, e assim anulando todas as características do ser feminino, (excepto o sexo) relegado para o inconsciente e dai até chegarmos a esta deriva dos géneros foi um passo, para cairmos precisamente numa construção fictícia social-cultural do que não é o feminino e o masculino, anulando ambos, porque falta à mulher essa consciência de si como mulher-essência-emoção-intuição!
A mulher tem de reescrever a sua história e a sua experiência a partir de uma nova consciência de si através de uma nova linguagem, sim emocional, poética e visionária, a linguagem da Mulher Integrada. A Mulher Primordial antes da queda... Lilith sim, tem uma palavra a dizer...
rlp
FALAR E ESCREVER MULHER
"Enquanto as mulheres permanecerem em silêncio, estarão
excluídas do processo histórico. Mas, se começarem a falar e a escreverem como
os homens, entrarão na história subjugadas e alienadas; trata-se de uma
história que, logicamente falando, o seu discurso deveria desintegrar
Aquilo de que nós precisamos, tal como propôs Mary Jacobus,
é uma escrita de mulher que funcione dentro do discurso "masculino",
mas que trabalhe "ininterruptamente para o desconstruir: para escrever o
que não pode ser escrito"; e, de acordo com Soshana Felman, " o
desafio com o qual a mulher é hoje confrontada é nada menos do que o de
"reinventar" a linguagem...o de falar, não só contra, como também
fora da estrutura falocêntrica especular, o de estabelecer um discurso cujo
estatuto não seja definido pela falácia do significado masculino"
in "GÉNERO, IDENTIDADE E DESEJO"
Antologia Crítica do Feminismo Contemporâneo
Organização de ANA GABRIELA MACEDO
1 comentário:
Grata sempre pela sua visão Rosa!! eu estou percebendo está mente e forma de masculina em mim nos últimos anos, mas sempre senti um chamado profundo em mim para o feminino. Muitas vezes me pego escondendo o que tem de poético em mim pois não encontro espaço, pois como já ouvi de outras mulheres não é prático, funcional para se viver nos dias de hoje e acabei por me fechar. Minha própria dança onde expresso meu mundo também passou por isso. Não tinha a aparência que as mulheres queriam, muitas alunas só dançavam comigo em quatro paredes e mostravam para a sociedade outras atividades. Claro não todas, mas eu tenho essa característica de não me fazer entender ou ser reconhecida. Vou seguir buscando minha própria experiência como mulher...logo quero ler comprar seu livro, e sinto e sei o quanto é revelador para nós mulheres.
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