O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

quarta-feira, agosto 31, 2022

COMO SE QUER ILIMINAR A IMAGEM DA MULHER



A DUALIDADE HUMANA
E A DIVISÃO DOS DOIS PRINCÍPIOS
 
"Dessa dualidade - Deus pai ou Deusa mãe - vai nascer uma dupla visão da Deusa dos tempos primordiais: Virgem prudente ou Virgem louca? A questão parece banal, mas ela compromete todos os séculos que irão seguir-se, não apenas no plano puramente estético, mas naquele muito mais carregado de consequências, da especulação religiosa. (...)
Isto denota uma considerável evolução das mentalidades: tudo se passa como se tivesse querido, conscientemente ou não, eliminar a imagem de uma mulher divina forte em proveito de um homem divino, todo poderoso, cuja relação com a mulher se limitaria a uma relação filho-mãe. "*

A dualidade humana faz parte da Manifestação na Terra e é uma condição sine qua non da existência humana desde todo o sempre. Não que saibamos ao certo nada sobre o inicio dos inicios, mas a espécie como Homo Sapiens, sempre viveu na dualidade. Portanto, no matriarcado, que supostamente antecedeu o patriarcado - periodo a que se chama a pré-história -, também havia o homem e mulher, havia luz e sombra, prazer e dor...calor e frio...vida e morte e claro tudo fazia parte hoje como ontem do corpo cósmico e telúrico da Deusa ou da Grande Mãe porque ela é a Matriz da vida na terra.

Todos os seres humanos desde os primórdios nascem machos e fêmeas, desde Adão e Eva (mitologia e religião à parte) ...excepto talvez antes quando dos mitos e os seus demiurgos, com Lilith...que era, supõe-se, Andrógina ou hermafrodita, mas todo@s nascemos à partida com um corpo diferenciado na encarnação através desse corpo cósmico da Grande Mãe que é a Gaia e todos e todas somos filhos e filhas dela e sempre foi assim, tirando os extraterrestres e outros seres que habitaram a terra em tempos imemoriais? 
O que sabemos é que antes do patriarcado, o reino do Pai e do Filho, reinava a Mãe e a Filha, pelo culto da Grande Deusa - Deméter e Core - que era soberana e as mulheres eram suas mediadoras. De facto a Deusa como Matriz do Mundo criado e concebido por Ela, era a Senhora do Mundo e a mulher ligava ou mediava as forças cósmicas e telúricas, como sacerdotisa da Deusa, mas não o homem...nesse caso ele precisava da mulher para ser iniciado ao amor da Deusa e aos seus Mistérios encarnados na e pela Mulher. Havia é certos homens ao serviço da Deusa e nos Templos, mas não eram sacerdotisas... eram eunucos que se emasculavam para a servir...
Antes da manifestação de um corpo físico na terra, na Matéria, a Matriz, não havia certamente formas nem seres, nem mundos...portanto eramos tod@s só energia...poeira cósmica? Nada ao certo sabemos...

Mas sobre a Deusa há toda uma confusão que se gera por ai em grupos e círculos e sacerdotisas que ignoram a sua divisão e o seu conflito interno proveniente da sua cisão ou divisão em duas mulheres a nivel psiquico. Por isso misturam o masculino sagrado logo a partida e fazem cursos e workshop sem qualquer aprofundamento da sua psique sem grande preparação ou saber e de resto partem de  meras leituras sobre o "Feminino Sagrado"; lamentavelmente,- tirando algumas excepções de mulheres muito sérias e estudiosas - são leituras e cursos feitos na superfície, ou filtrados por um entendimento precário e na falta de um conhecimento profundo do seu ser biológico, digamos. Claro que nem tod@s têm de ser estudios@s, mas convinha então dizer e falar apenas do que se sabe e experimentamos na pele...isto é, devemos falar só do que se conhece de fontes fidedignas...e cingirmo-nos a isso. Muitas vezes nem as próprias mulheres sabem de si e algumas dizem-nos claramente e essa confusão sobre a identidade feminina atinge proporções trágicas neste momento, pelo desconhecimento de si quer a nível psicológico quer a nível espiritual, histórico e por isso DIZEM QUE NÃO SABEM O QUE  É A MULHER.    

 
rlp
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in A GRANDE DEUSA - Jean Markale (historiador)


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