O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

quinta-feira, setembro 01, 2022

A RIVALIDADE ENTRE MULHERES



VAMOS LÁ VER SE CONSIGO DESFAZER ESTE FEITIÇO...
 
(Ou esta praga...)

Dizem-se amigas...
Beijam-se...
Mas qual!
Haverá quem nisso creia?
Salvo se uma das duas, por sinal,
For muito velha, ou muito feia...*


Vamos lá tentar desfazer toda esta trama antiga, esta mistela baseada nessa COISA verde e pegajosa que é a raiva e a inveja (e o ciume) entre mulheres e que se pega ao corpo denso nessa negatividade que leva a esse sentimento de avesso e de raiva que põe as mulheres a odiarem-se umas às outras, as mães às filhas e às outras, as mulheres diferentes, ou as melhores amigas...
Isto passa-se quase sempre de forma subtil, disfarçada, com sorrisos e falinhas mansas e muitas mentiras as vezes no meio da bajulação, embora muitas vezes nem elas coitadas, de tão frustradas, nem estão conscientes desse ódio, mas reagem de acordo com esse fundo de rejeição e a ferida de que foram vítimas das mães...
Afinal as mulheres vivem desse ódio antigo umas das outras que salta à primeira sensação de rejeição e vivem da competição pelos homens ou pelos filhos e amantes. São amigas das que concordam com elas e odeiam as outras que não são do mesmo grupo ou não falam a mesma línguagem, como todos as filhas e filhos de famílias disfuncionais... cheios de raiva, de ideias de vingança, ah "vingar na vida é tudo o que anseiam!" - por isso revoltas e fanatismos, esquerdismos, infantilismos, convicções e idealizações, manias e modismos extremados.
Chega de atirar pedras...basta de raiva...de confrontos de ideias feitas...esta é a nossa velha herança e só nos envenena. Assim não vemos que vivemos numa caldeirada feita da nossa ignorância e da raiva MESCLADA DE MUITA INFORMAÇÃO E INTERNET e ainda ousamos falar em "verdades"...
Quando é que vamos aceitar e respeitar as nossas diferenças, as nossas dores sem complexos, com humildade e discernimento? Com grandeza de alma?
Se o não fizermos sabemos que mulher pode ser a maior inimiga da outra... os padres sabiam-no...elas podem ferir muito mais do que o homem, tal como o amor se transforma em ódio. Era assim que se denunciavam umas às outras na Idade Media, por ciúme e inveja e assim se tornavam também aliadas dos inquisidores.
rlp
*Da Amizade Entre Mulheres
de Mário Quintana


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