A ANULAÇÃO DA MULHER NO PARADIGMA PATRIARCAL Paradigma - padrão, modelo, exemplo, protótipo, referência, regra, norma, arquétipo...
"E assim vivemos actualmente num sistema falocrático em que o imperativo do falo domina toda a sociedade e anula a mulher da sua própria natureza erógena e sensual. Assim vimos que "O amor romântico, tanto como na pornografia ou na vida, (este paradigma) constitui a celebração mítica da anulação da mulher. Para uma mulher, o amor é definido como o desejo a submeter-se à sua própria aniquilação. A prova do amor é que ela está disposta a ser destruída por aquele que ama, para o bem dele. Para a mulher, o amor sempre envolve o autossacrifício, o sacrifício de sua identidade, da sua vontade e da integridade do seu corpo a fim de satisfazer e redimir a masculinidade de sua amante."
(?)
O QUE
É O FALOCRATISMO.
"Falocentrismo
significa que o falo
é o centro
da sexualidade; que toda a sexualidade se orienta e gira em torno do falo, que
é o objeto de todas as
pulsões, de todo o desejo, capaz de atrair e absorver o conjunto da energia er
ótica da mulher. Esta mensagem
est
á sendo interiorizada desde
que nascemos, desde o momento em que, como diz Lea Melandri, nossa mãe não est
á l
á como mulher com seu corpo de mulher em gestação
extrauterina, mas como mulher do homem para o homem. Ao negar seu corpo, nega
todo o fluxo de energia er
ótica
e toda a sexualidade não faloc
êntrica
da mulher. E aprendemos a nos ver atrav
és
do olhar do homem, e a desvalorizar nosso corpo. Este
é o n
úcleo
b
ásico, o germe inicial de uma
socialização que ser
á
devastadora dos nossos corpos e da nossa energia sexual; não s
ó porque de meninas e adolescentes n
ós 'perdemos' todo um
desenvolvimento - não faloc
êntrico
- da nossa sexualidade, mas tamb
ém
e acima de tudo, porque nosso corpo adulto somatizou toda essa repressão,
fez-se um corpo couraçado e duro com um
útero
imobilizado, sem ter desenvolvido nosso sistema er
óg
ênio,
e al
ém disso interiorizou a
desvalorização e o desprezo do pr
óprio
corpo, origem de toda a misoginia, o caudal de emoção envenenada que a
sociedade patriarcal encoraja.
À
medida que vamos crescendo, já
com toda a pressão social, se assenta em nossas mentes uma percepção que
subestima e deforma nossos corpos e seu potencial erótico, aceitando que é normal que a regra nos doa todos os meses, que
estar grávida é um peso e uma lata por isso que é preciso passar para ter um @ filho @, e que o
parto é um mau trago que só graças à epidural e à
medicina se palia um pouco. Nos roubaram nossa capacidade erótica, ficando além
de nossa consciência e
imaginação, o que de fato é
nosso corpo e seu sistema erógênico, com todo seu enorme
potencial de prazer e sexualidade, que ficou para trás no paraíso
matricêntrico de onde fomos
expulsas, banido em o Hades ou condenado ao inferno. Não é um eufemismo dizer que somos seres castrados,
especialmente referindo-se à
mulher ocidental moderna da aldeia global e formada na mídia audiovisual, que estão acabando com os vestígios de sexualidade e
sabedoria popular feminina que era transmitida de mães para filhas.
(...)
O
assalto ao Hades. - A
rebelião de Édipo 1a PARTE
de Casilda
Rodrigá ñez Bustos
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