Odoyá, minha mãe!
"Aqui! Aqui! Todos que são.
O Portugal que é tudo em si,
Venham do abismo ou da ilusão,
Todos aqui! "
NOTÍCIAS DO MEU TRISTE PAÍS...
Nota tirada do Jornal Público:
“As notícias divulgadas pelas televisões sobre estudantes universitárias que se prostituem obrigam a fazer notar que o país nem está nada mal, quando até as putas podem ser doutoras”
José Júdice (Independente)
Este senhor, que eu ignoro quem seja, enganou-se no seu juízo lógico...Na verdade, não são as putas que neste país podem ser doutoras, mas as doutoras e as semi-doutoras que podem ser putas, passe o termo, como de resto se poderia dizer que são putas certos advogados, jornalistas, ministros e s deputados, estes até nem lhes falta o atributo! E assim é, que poderiamos afirmar que o país não passa de um grande Bordel....onde muita gente se vende e vende Portugal por uns dólares, dividindo a Europa e traindo os seus...euros...
EUROPA
O "nosso" primeiro ministro foi recentemente beijar os pés a Bush - seu presumível guru - e entregou os Açores como oferta. Mais uma vez, aquele privilegiado canto do mundo vai ser o tapete onde os americanos, que deixam o seu sémen na América e a merda por onde passam, vão limpar os pés com que esmagam o mundo !
(...)
Vinde aqui todos os que sois,
Sabendo-o bem, sabendo-o mal,
Poetas, ou Santos ou Heróis
De Portugal.
Não foi para servos que nascemos
De Grécia ou Roma ou de ninguém.
Tudo negamos e esquecemos:
Fomos para além.
(...)
“Um país cujo principal tema de conversa é a televisão, não é um país....”
(Fernando Sobral - in Público)
Um país onde “quem não aparece na televisão não existe” é uma ficção!
Um país que não tem orgulho em si próprio nem dignidade, é uma sombra de si mesmo! Estamos perdidos de uma essência que nos caracteriza e dá força, para nos trairmos em função de valores de empréstimo. Todos vivemos de simulacros. A televisão é neste país o único paliativo para a miséria onde a miséria e só a miséria se retracta. A miséria dos ricos e dos artistas...e do povo que dela se alimenta. Daí o sucesso exclusivo dos programas cada vez mais miseráveis, deploráveis e rascas.
Depois admiram-se da droga, da pedofilia e da violência...da falta de interesse na política e na arte, das universitárias prostitutas...
É caso para se perguntar, quem é que forma quem?
Ou quem é quem neste malfadado País?
(...)
Glosam, secretos, altos motes,
Dados no idioma do Mistério —
Soldados não, mas sacerdotes,
Do Quinto império.
Aqui! Aqui! Todos que são.
O Portugal que é tudo em si,
Venham do abismo ou da ilusão,
Todos aqui!
Armada intérmina surgindo,
Sobre ondas de uma vida estranha.
Do que por haver ou do que é vindo —
É o mesmo: venha!
Vós não soubesses o que havia
No fundo incógnito da raça,
Nem como a Mão, que tudo guia,
Seus planos traça.
Mas um instinto involuntário,
Um ímpeto de Portugal,
Encheu vosso destino vário
De um dom fatal.
De um rasgo de ir além de tudo,
De passar para além de Deus,
E, abandonando o Gládio e o escudo,
Galgar os céus.
(...)
(excertos)
QUINTO IMPÉRIO
FERNANDO PESSOA
O SORRISO DE PANDORA
“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja.
Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto.
Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado
Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “
In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam
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