O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

quinta-feira, fevereiro 06, 2003

AS ACÇÕES E AS VOZES DAS MULHERES,
TANTO NO ORIENTE COMO NO OCIDENTE, CONTINUAM A SER IGNORADAS...
OS MÉDIA POUCO OU NADA SALIENTAM DAS MANIFESTAÇÕES DAS MULHERES...




A GRANDE SACERDOTISA DE DELFOS...

O AMOR DA DEUSA MÃE

"Um grupo de mulheres artistas espanholas - actrizes, cantoras e escritoras – viajaram para Bagdad com intenção de realizar uma operação semelhante na capital do Iraque."

E viva Espanha!

“Há escassos dias, um grupo de mulheres pacifistas americanas levou a cabo em Bagdad uma operação pela paz, sob a denominação de “Código Rosa”. Manifestaram nas ruas daquela cidade um NÃO inequívoco à guerra que o Imperador do mundo, apoiado por uns quantos vassalos assustadiços mas arrogantes (face ao seu próprio povo) decidiram levar a cabo contra o Iraque. Numa época de intensa actividade mediática como esta, é estranho que uma tal acção não tenha tido praticamente cobertura...
Hoje, em Madrid, fiquei a saber pelo jornal conservador ABC (e não pela televisão à qual tenho estado muito atenta e que nada passou sobre o assunto), que um grupo de mulheres artistas espanholas - actrizes, cantoras e escritoras – viajaram para Bagdad com intenção de realizar uma operação semelhante na capital do Iraque. Manifestaram-se ontem naquela cidade diante da embaixada de Espanha, entretanto esvaziada de todo o seu pessoal diplomático e gritaram a sua solidariedade para com o povo iraquiano que tanto tem sofrido nas últimas décadas. Hoje, lado a lado com actrizes e cantoras iraquianas, entoarão poemas daquele país, num espectáculo a realizar numa sala aberta com capacidade para 2.000 pessoas. Visitarão hospitais e escolas, insistindo que o seu único objectivo é protestar contra a guerra.
Estas são sem dúvida embaixadas vivas de Amor e Solidariedade como só a Mulher, geradora da vida, pode sentir por essa mesma vida. Os media e os poderes políticos da sociedade patriarcal continuam a ignorar tais actos, mesmo a camuflá-los como podem, na esperança de que passem despercebidos.
É tempo de decidirmos dar, pelos nossos próprios meios, por mais insignificantes que eles possam parecer, toda a divulgação possível a este tipo de acto, simbólico do Amor que a Deusa Mãe nutre por todos os seus filhos e da protecção inequívoca e incondicional que Ela lhe estende!”


MARIANA INVERNO
Fundadora do PROJECTO Art for All


OS IMPÉRIOS

“Os impérios sempre tiveram fiéis vassalos, cortesãos e favoritos, capazes de aplaudir todas as iniciativas do suserano contra infiéis e bárbaros de todos os matizes, em favor da “civilização” e do bem comum do império. Mas poucas vezes terá havido na História um tão despudorado acto de vassalagem do que a declaração dos oito chefes de governo europeus a favor da guerra dos Estados Unidos contra o Iraque.
(...) Tal como os outros, os portugueses souberam da posição oficial do nosso país pelo abaixo-assinado conjunto dos “oito”, previamente transmitido ao “big boss” de Washington. Dá pena ver esta ofensa à Assembleia da República e às regras democráticas. Nesta circunstância, o Presidente da República, representante constitucional de todos os portugueses, cala e consente?”


VITAL MOREIRA
In PÚBLICO, 4 Fevereiro 2003

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