CARTA À AMAZONA
"A ilha - terra que o não é, uma terra de onde não saímos, uma terra que temos de amar por ser nela que estamos condenados. Um lugar de onde se vê tudo, onde nada se consegue.
Terra de passos contados.
A grande poeta, que foi grande infeliz, escolheu bem o lugar onde nasceu.
Confraria de leprosos."
In "meu irmão feminino" (IENA) de
MARINA TSVIETAIEVA, nasceu em Moscovo, Rússia em 1892
"Aproveitando a ausência do filho, a prestar uma jornada de "trabalho voluntário", enforca-se, em 11 de Agosto de 1941
"...que Marina Tsvietaieva toda a vida se defendeu da banalidade quotidiana, graças ao trabalho, e no dia em que isto lhe pareceu um luxo inadmissível, e teve temporariamente por causa do filho que sacrificar uma agradável paixão e lançar à sua roda um olhar sensato, descobriu o caos imóvel, insólito entorpecido que a sua criação repelira e, afastando-se assustada, e sem saber onde meter-se, cheia de horror foi esconder-se apressadamente, pousando a cabeça numa corda como se fosse uma almofada"
BORIS PASTERNAK
(Ensaio de Autobiografia)
"Éviter la souffrance, c'est courir le risque de se perdre
dans des abstractions qui n'ont rien à voir avec l'existence humaine. "
E.M. Cioran
O SORRISO DE PANDORA
“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja.
Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto.
Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado
Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “
In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam
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