A NOITE UTERINA
“Os seres humanos sempre souberem, no mais recôndito de si, que algo de essencial se passava dentro do ventre da mãe que os concebeu. Desde que possa livrar-se da canga rígida da educação, cada ser humano sente que existe uma realidade inegável embora difícil de detectar. Mas aquilo que durante algum tempo continua oculto não deixa por isso de ser concebível. Assim, desde as entoações cantadas pelos poetas de todos os tempos para exprimir as ressonâncias desta vida uterina preexistencial até aos sentimentos mais finos e ainda mais subtis que se inscrevem e se imprimem com força na carne de cada um num diálogo com a própria vida, tudo nos revela esta percepção primeira. Ela funde-se - não é verdade? - em cada célula, agindo como a própria expressão da criação que se incarna. É de salientar apenas a acuidade poderosa e sensível em que o ser humano consegue sentir-se arrebatado, talhado no ventre materno pelo gerador da vida:”
“Nada nos fios da minha estrutura Vos é desconhecida; e todos eles foram escritos no Vosso livro; cada dia da minha vida foi prefixado, antes que um só deles existisse”
Salmo CXXXIX
A.A.TOMATIS - Autor do Livro "Noite Uterina"
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Yo no sé lo que busco eternamente
en la tierra, en el aire y en el cielo;
yo no sé lo que busco, pero es algo
que perdí no sé cuando y que no encuentro,
aun cuando sueñe que invisible habita
en todo cuanto toco y cuanto veo.
Felicidad, no he de volver a hallarte
en la tierra, en el aire, ni en el cielo,
¡aun cuando sé que existes
y no eres un vano sueño
ROSALIA DE CASTRO
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