Violência doméstica e violência “estética”...
Qual a mais dolorosa? Qual a mais criminosa?
Uma, sem anestesia, provoca dor e causa hematomas e traumas psicológicos...a outra, a voluntária, ilude a vítima de se tornar mais apetecível aos olhos do sexo oposto...e ignora-se a violência da mutilação do corpo para beneficio da aparência...e a vítima diz “melhorar-se” psicologicamente...
Num caso, o amante ou o marido deita gasolina na mulher e acende o isqueiro...no outro é a mulher que “escolhe” o médico que a opera e paga uma fortuna para ser cortada à faca, ou vai ao Brasil onde se opera mulheres como se fossem galinhas, muito mais em conta. Por uns escassos meses de transformação “milagrosa” que a ilude de ser amada até que o amante a regue com gasolina ou dispare um tiro ou lhe dê uma valente carga de pancada...
Os dois casos são aberrações contra a natureza, mas num caso, a vítima sofre sem querer, enquanto no outro, a vítima sofre por vontade própria...Uma é vítima fisicamente enquanto que a outra é vítima da sua própria ignorância e da publicidade enganosa! “Tire dez anos de cima, pareça mais nova” - o seu marido já não a vai trocar pela “outra” nem por nenhuma estrela de cinema...
Em suma, a mulher é sempre vítima de uma sociedade falocrática, paternalista e que de qualquer modo a controla...
A VIOLÊNCIA E ABUSO SEXUAL DAS CRIANÇAS
Não resisto a apresentar o exemplo de hoje lido no jornal O Público em que a autora do artigo dizia que há três anos, um médico do Algarve, seu amigo, lhe contava que tendo examinado uma menina violada pelo pai, pergunta a este como é que ele pode ter feito uma coisa daquelas a que o “amoroso” pai lhe respondeu:
- “Olhe lá senhor dr.º eu não estava a engordá-la para que outros a viessem comer”...
É este o nosso Mundo e a profunda mentalidade patriarcal...a violação de menores pelos pais e padres é comum...
Em Portugal, abusar de meninas é crime menor, dos rapazes é mais grave, pela lei e pela grei.
IMPORTANTE É O FUTEBOL E AS CATEDRAIS DA BOLA
Numa reportagem a propósito de um desafio de futebol de um clube português com um holandês, o repórter fala em termos depreciativos do estádio de futebol holandês, muito pobre e sem quaisquer condições, como se tratasse de algo deplorável. E isto, porque para exemplo, Portugal tem Estádios fabulosos mandados construir de propósito para o Euro 2004. Fizeram-se, só em Lisboa, dois Estádios enormes das equipas rivais, ao lado um do outro. Enquanto que o País dos belos Estádios é o mais pobre da Europa e vive na maior miséria no interior e analfabetismo colectivo, em comparação a Holanda que não tendo provavelmente estádios de Futebol espectaculares, têm escolas de qualidade e universidades e condições de vida “mil vezes” superiores às nossas; é assim o nosso povinho, tão contente das aparências, e que agora apela, no seu miserabilismo e atraso, a um novo “santinho” português, José Mourinho...
É este o nosso provincianismo...
Habemus papam! e os Mídia, ajudam à Missa, Amém!
SHAME ON US...
O SORRISO DE PANDORA
“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja.
Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto.
Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado
Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “
In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam
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