À Deusa resplandecente cuja luz nada pode deter,
A criadora da vida...contra a qual ninguém tem poder,
Cujos esplendor es se reflectem sobre todo o céu e
Toda a terra, à padroeira de Eanna, à sua querida
Padroeira e senhora, (...)
(...)
Quem tocar na minha inscrição,
ou retirar a estela do seu lugar
e a levar para outro sítio, em que não se veja,
quem, atendendo a esta maldição, a mandar retirar por outrem,
a esse An ou Inanna
arranquem os fundamentos da casa
lhe detruam a sua semente
e ordenem que não viva mais um dia sequer.
**
Oração a Inanna antiga Deusa Mãe da Babilónia.
Inanna ou Innin
“Principal Deusa do panteão sumério, correspondente a Istar dos acadianos e principalmente venerada em Uruk. Inanna é, por um lado, a Deusa do Amor e companheira de Damuzi-Tammuz e, por outro, especialmente para os Assírios, deusa da guerra. Como divindade astral é identificada com a estrela Vénus. Istar corresponde à Deusa Astarte da Síria e mais tarde é identificada com a grega Afrodite.”
** in Tesouros do Museu de Bagdad
É a esta mesma Deusa Mãe, Isis no Egipto e mais recentemente, no cristianismo, a Virgem Maria, a quem a Humanidade apela desde os seus primórdios e a quem todos continuamos ainda a apelar por Paz na Terra.
A Deusa Mãe que as religiões patriarcais relegaram para o mito ou para o Dogma...
A Divindade Feminina e o seu poder ancestral era o Foco de todas as Religiões matriarcais como culto da Natureza baseada no Princípio Feminino e no sacerdócio da Mulher. Com o domínio masculino os homens passaram a exercer o sacerdócio e apagaram da história o predomínio das mulheres nessa área e esse período da história é encarado como mitologia tendo sido a mulher relegada a uma inferioridade forçada para a anular e apagar vestígios do seu poder.
Assim chegámos aos nossos dias e onde quer que a violência e a força do princípio masculino e o seu deus déspota e misógino impere as mulheres são submetidas e violentadas de todas as formas.
OS INVASORES AMERICANOS,
OS NOVOS BÁRBAROS...
YANAR MOHAMMED: feminista iraquiana
“Yanar fundou a Organização para a Liberdade da Mulher logo a seguir à invasão norte-americana; agora tem 4.500 membros e um núcleo de menos de 30 activistas. Recebem apoio das organizações femininas, sobretudo norte-americanas, mas não chega. Na década de 80 (do século XX), estava na universidade e andava de mini-saia, costumava ir às aulas no meu carro, afirma. Não tínhamos a prosperidade dos ocidentais, mas o nível de vida era bom. Tínhamos segurança sem liberdade de expressão, a educação era gratuita, trabalhávamos e estudávamos sem receios. Basta olhar à nossa volta e ver que agora não temos esses direitos. Se uma mulher atrai comentários misóginos na rua, arrisca-se a ser raptada ou mesmo agredida. Quando vou à universidade só vejo mulheres envoltas nas vestes islâmicas.
O Iraque, afirma ela, era um dos países do mundo árabe mais liberais para as mulheres.”*
- Que podem trinta ou três mulheres fazer do Iraque entre dois pólos de terrorismo permanentemente sujeitas a agressão popular e a atentados bombistas, com guarda costas permanentes?
“O Iraque, afirma Yanar, era um dos países do mundo árabe mais liberais para as mulheres.
(...)
No Iraque do pós-guerra reina a opressão institucionalizada das mulheres. É cada vez mais evidente que os Estados Unidos removeram um regime secular - apesar de ditatorial - substituindo-o por um regime islâmico. É irónico.
(...)
Olho para Bagdad e vejo um dos buracos negros do universo. Fomos apanhadas no meio da grande luta entre dois pólos do terrorismo: o terrorismo dos EUS e o terrorismo islâmico; ambos tendem a tomar conta das nossas vidas.”*
* excertos da Grande Reportagem de 26 de Novembro de 2005
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