O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

domingo, janeiro 27, 2008

A MÃE DIVINA


“-Ama a tua mãe humana, seja ela quem for, com gratidão porque foi ela que te deu a possibilidade de encarnares, e portanto de usares o teu livre arbítrio na grande aventura que é a vida na Terra; mas para a amares verdadeiramente, quer dizer, para Me reconheceres nela, é preciso que te libertes de toda a filiação humana, de toda a herança de Prometeu* que ela te transmitiu sem o saber. Pode ser que assim tu a ajudes a rectificar a anátema tu parirás na dor que pesa sobre o inconsciente feminino”

"-E para aqueles que sofrem por não terem sido amados pela sua mãe?

-Esses são aqueles que se deram como missão descobrir, nesta vida, a imensidade do Amor da Mãe divina que desde sempre se debruça sobre a sua alma. Mas em crianças, eles não o sabiam, porque eles esperavam o amor de um ser carregado de um psiquismo, que não era capaz de ser a manifestação resplandecente da Grande Mãe. Compreendendo isso, com todo o coração, na consciência do seu livre arbítrio, eles podem perdoar e elevar-se para mim, na direcção do meu Amor infinito. Eles encontrar-me-ão e a minha onda azul os lavará dos seus sofrimentos passados.”

MEN, A GRANDE MÃE
in RENCONTRES AVEC LA SPLENDEUR
MARIE ELIA


*Prometeu que roubou e usou um falso fogo para servir a humanidade, afastando-o da verdadeira Luz…

6 comentários:

Marianita disse...

Querida amiga: o texto de Elia fez-me pensar na minha mae, ja´tao velhinha, a quem muito respeito e a quem aprendi a amar atraves das liçoes da vida.
Junto um texto que lhe escrevi em 2003, por ocasiao do seu aniversario.
Um abraço amigo
Mariana

M A D R E
ABENÇOADOS OITENTA ANOS

«A aparição da vida é (...)
o mistério central do mundo.»
MIRCEA ELIADE

Entre abraços, laivos de uma ternura sem fim e a descuidada
distracção das prendas, segui-te ininterruptamente com o meu
olhar de dentro, Mãe, e ainda que estejas mais mirrada e o gesto
já não voe, nervoso mas seguro, na ponta dos teus dedos hábeis
de outrora, foi-me possível ver-te na tua completude
- deusa trifásica de Nascimento, Iniciação e Morte.

Olho-te e busco a Mulher inteira, aquela que quero ser, apoiada
no teu exemplo de força e de coragem, mas também no das
sombrias horas em que não soubeste ou não pudeste assumir-te
como tal.

Diz-se que estás no ocaso.
Talvez seja antes invulgar madrugada,
a que se acerca.
Pouco posso, ninguém pode muito
jamais.
Ainda assim
ofereço-te o meu peito
Mãe, flor cósmica e matricial,
pequena, brava, triste, audaz mulher,
ofereço-te os meus braços de coração aberto
nos dias ainda por viver
Regalo-te o meu colo, Madre,
para que na passagem
a serenidade do retorno
seja leve e seja branca
como há muito decidiste.

MARIANA INVERNO

Anónimo disse...

Seu texto está lindo! Graças à Deusa, tenho uma mãe DIVINA!!! E a cada dia a amo mais... beijinhos

Anónimo disse...

Ei Rosa...
Comentar ou não comentar:
Eis a questão...
Só posso dizer que por sua causa hj vivo um pouco melhor sem aquele aperto no peito, sem aquela dor no fígado que se ia transformando sabe-se lá no quê... aprendi muito e vou continuar aprendendo, obrigada...

Mães, não maltratem as suas filhas, pq isso pode ser muito difícil de perdoar...
Mas não é impossível...
Ainda bem...
Juliana

Anónimo disse...

Querida Mariana:

É um lindo texto o que dedicas à tua mãe...obrigada pela visita e por comentares...dando assim contributo a esta página...
abraço

rosa leonor

Anónimo disse...

Diana: ter uma mãe que se reconhece e ama é um previlégio enorme, nem todas as mulheres tiveram essa sorte..

Abraço
rosa leonor

Anónimo disse...

Juliana: mães que tratam mal as filhas é uma dura lição mas não menos importante de aprender e ...perdoar. Elas também não foram amadas e é isso que temos de compreender. Muitas mulheres para sobreviver tiveram que se colocar ao lado do patriarcado, quase todas o fizeram obrigando-nos a viver esses valores com o medo da repressão social patraircal...
ama-se a si e ao seu filho...e um dia vai compreender a sua mãe...
abraço

rosa leonor