O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

terça-feira, dezembro 29, 2009

A MULHER POR DETRÁS DO HOMEM...


A IGNORADA OU ESQUECIDA Mileva Maric

Dúvidas surgem sobre a Teoria da Relatividade.
Há quem diga que a teoria jamais teria tomado forma sem a cientista, mulher de Albert Einstein, enquanto outros ridicularizam a sugestão.
O que seria de Dante Alighieri sem sua adorável Beatrice, a musa que inspirou boa parte da sua obra? E a genial escultora Camille Claudel? Será que ela foi somente mais uma forma escondida dentro de um bloco de mármore na vida do bem mais famoso escultor Auguste Rodin? A história das mais brilhantes idéias da humanidade está cheia de grandes mulheres que, para confirmar o empoeirado ditado, se esconderam atrás de grandes homens. Mas talvez o caso mais surpreendente e desconhecido seja o da cientista sérvia Mileva Maric. Nunca ouviu falar dela? Bom, você já deve ter ouvido falar da Teoria da Relatividade, provavelmente o mais genial insight científico do século que acabou outro dia. Esse brilhante trabalho é mérito de Einstein, isso ninguém discute. A questão é: qual Einstein? Albert Einstein ou Mileva Maric Einstein?

Mileva Maric nasceu de uma família rica da Sérvia em 1875. Desde cedo, ficou óbvio que tratava-se de uma menina com inteligência excepcional, bem diferente do garoto avoado e confuso que viria ao mundo quatro anos depois na Alemanha. Albert sofria de dislexia uma anomalia psiquiátrica que lhe dificultava a compreensão de alguns problemas simples. Embora fosse extremamente inteligente, capaz de incríveis raciocínios, era tomado por alguns como um abobado. Ao contrário de Mileva, era um aluno medíocre.

Em 1895, Einstein tentou ingressar no Instituto Politécnico de Zurique, Suíça, mas foi rejeitado. Quis o destino que ele persistisse e tentasse de novo, no ano seguinte e que, naquele mesmo ano, Mileva se tornasse a única mulher a ingressar no prestigioso curso de matemática da instituição. Os dois se tornaram colegas e logo se aproximaram. Ela cultivava a fama de boa aluna. Ele tinha reputação de preguiçoso. Ela o ajudava a resolver teoremas matemáticos. A admiração mútua virou amor rapidinho.

Einstein nunca escondeu a paixão e a admiração pela triste e calada Mileva. O romance, que começou em 1896, rendeu 54 cartas de amor e uma criança. A filha, mantida em segredo pelas famílias, provavelmente foi dada em adoção só sabemos dela pelas cartas deixadas por Einstein. Nesse período, o físico dizia para quem quisesse ouvir que o cérebro da sérvia o ajudava nos trabalhos. Os dois acabaram se casando em 1903, sob forte objeção dos pais do cientista.

Em 1905, Einstein publicou a primeira versão da Teoria da Relatividade Especial. O nome de Mileva constava como co-autora, mas não apareceu nas versões posteriores. Com base nisso e nas cartas trocadas pelo casal, nas quais Einstein falava da nossa teoria, surgiu uma polêmica que provavelmente nunca terminará. Há quem diga que a relatividade jamais teria tomado forma sem o gênio de Mileva, enquanto outros ridicularizam a sugestão e afirmam que Einstein merece todos os créditos.

O fato é que Einstein não era exatamente um prodígio do cálculo. Sua genialidade se manifestava na hora de conceber abstrações complexas de cabeça, sem sequer o auxílio de lápis e papel. Mas ele não se saía muito bem com assuntos práticos (como pentear o cabelo, por exemplo). Quando se tratava de fazer contas, ficava para trás de muita gente inclusive de Mileva. Parece provável que ela tenha resolvido ou pelo menos ajudado a resolver a parte matemática da Teoria da Relatividade. Isso não é pouco. A teoria tem implicações matemáticas complicadíssimas.

O nascimento do terceiro filho do casal afastou definitivamente Mileva das ciências e o apreço de Einstein pela mulher deu lugar a outras paixões. O divórcio veio em 1919 e o cientista casou-se de novo. A garota talentosa que abdicou da carreira pela família passou seus últimos anos cuidando dos dois filhos, um dos quais psicótico. O nome de Mileva foi esquecido pela história.

O acordo de divórcio incluía uma cláusula em que o cientista aceitava repassar todo o dinheiro ganho com um possível Prêmio Nobel. Em 1921, o prêmio veio e Mileva enriqueceu. Quem sabe, não se reparava ali uma injustiça histórica?

Será que esta moça tímida e triste criou a mais genial teoria do último século?

http://super.abril.com.br/superarquivo/2001/conteudo_119828.shtml
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TEXTO ENVIADO POR:

Thais Marzagão - Profª da Nova Energia
Facilitadora do Equilíbrio do Feminino Ferido
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5 comentários:

MOLOI LORASAI disse...

esqueceram-se de colocar o chip do afeto familiar no cérebro do Einstein.
que o cara foi um gÊNIO, Rosa, não caia no ridículo de o negar.

rosaleonor disse...

POis foi...mas que me interessa um génio que maltrata a mulher ou o cão? Génio para mim é SER HUMANO. Está bem assim? Um ser que respeita o próximo e partilha da mesma consciência...e se a mulher o ajudou a ser um génio quando ele podia ser uma atrasado mental? O cérebro não é tudo e é composto dos dois hemisférios, lembra? Talvez a mulher tenha tido a intuição e ele a lógica da relatividade...ninguém é nada sozinho. A família é a amostra da humanidade com que se tem de lidar...e aprender a amar as diferenças etc. etc...
- Penso e sinto assim, posso?

abraço e bom ano novo!!!

rosaleonor

rosaleonor disse...

...além disso eu disse: desmistificar o homem e não o cientista!!!

rl

Anónimo disse...

Me lembrei de Rosalind Franklin que foi alijada de qualquer direitos sobre a descoberta das estrutura do DNA. Suas descobertas foram aproveitadas, sem seu consentimento, por dois cientistas que depois vieram a ganhar o Premio Nobel de fisiologia e medicina. Seu nome nunca foi mencionado pelos ganhadores, nem ao menos como colaboradora. E um deles gostava de propalar que as mulheres não tem aptidão para as ciências, isso depois de ter ganho o nobel graças as descobertas de uma cientista.

Eu já havia lido sobre essas cartas do Einstein e existe muita controvérsia a respeito disso, pois os admiradores de Einstein não conseguem nem cogitar a hipótese de que a mulher dele possa realmente ter ajudado em alguma coisa.

E eu fico elucubrando aqui, pensando que seria muito melhor para o renomado cientista se aproveitar do trabalho de uma mulher e não lhe dar os créditos, do que fazer isso com um homem. E se ele realmente mostra esse caráter misógino e sexista ao tratar com sua esposa cientista também, penso que talvez tenha sido essa a razão para que ele tenha se aproximado dela.

Teseninis

Ná M. disse...
Este comentário foi removido pelo autor.