O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

sexta-feira, fevereiro 25, 2011

COMO AS ESCRITURAS TRANSFORMARAM A MULHER EM DEMÓNIO



UMA BREVE DESCRIÇÃO DO QUE SE PROPAGOU SOBRE LILITH
ENTRE OS PADRES DAS IGREJAS E OS TEÓLOGOS DO DEUS ÚNICO...

É preciso ler com cuidado o que se vai ler aqui: as mulheres frágeis e ainda influenciadas pelo espírito dos patriarcas, formadas nas suas escolas, entregues aos seu mentores e anuladas na sua essência, ficarão com mais medo de si e do seu fundo que escondem há dezenas de anos... É preciso não nos deixarmos enganar nem ficar a pensar como eles...pois é essa a Sombra que a mulher carrega consigo e o peso que a atormenta e castiga de um mal que não cometeu e porrtanto sem a clarificarmos nunca mais nos libertaremos da canga de demónios, bruxas e súcubos, de sujas e imundas com o que o seu vocabulário nos nomeou; a forma com eles ao longo dos séculos degradaram a imagem da mulher e a conspurcaram de todas as aviltações, causas de todos os males...
Todas as deusas e a Deusa Mãe foram convertidas em demónios ou santas, nem Hecate escapou...todas as sacerdotisas da deusas foram transformadas em prostitutas...
É essa a Sombra da mulher que temos de resgatar com Consciência plena, com vontade e determinação. Sem medo do pecado...sem medo do que nos pesa ainda e amarra a todos os mitos e tabus que os homens criaram para destruir a Mulher e o seu poder interior de Mãe geradora e amante iniciadora...

O Grande medo da Mulher é mais velho que os tempos...

Assim ao lermos o que se segue podemos ter uma pálida imagem do que os doutos e santos da Igreja propagaram sobre a Lilith, a Mulher Primordial...nascida antes de Adão...e igual a Deus...(era Ela a Deusa INICIAL?)

Resgarar Lilith não é tentar corresponder ao que disseram sobre nós os padres nem o que as religiões pregam e até mesmo os esotéricos (contemporâneos) que fazem de nós...eternas demónios, sedutoras e assassinas de crianças (o que fazem os padres pesar às mulheres que abortam?) culpadas da ordem familiar e do fim da paz dos lares, ameaça perigosa e fatal para o homem...
Não, não é pela sexualidade desenfreada e libertina nem pela associação ao vampirismo e grupos góticos que continuam a destorcer a sua imagem e nossa imagem, afinal a dar crédito aos velhos patraircas que nos difamaram...que resgatamos a Mulher ancestral. É na Consciência da Mulher inteira, da mulher autêntica, aquela que nasce de si mesma e desperta para a deusa dentro de si..e não apenas fora.
rlp

O QUE NOS DIZEM AS RELIGIÕES
E AS FILOSOFIAS SOBRE A MULHER:
(...)


"Dentro da Filosofia Gnóstica, o Inferno da Terra é regido por dois demônios, Lilith e Nahemah. Nahemah rege as duas primeiras Esferas, ou Círculos Dantescos, onde vibra uma classe de infra-sexualidade ligada ao adultério, às paixões, à bigamia, à fornicação etc. Lilith dirige as outras 7 Esferas infernais, onde reina a sexualidade mais depravada, onde se vê o homossexualismo e o lesbianismo, a masturbação e as taras e todos os tipos de fantasias sexuais. A imagem de Lilith, sob o nome Lilitu, apareceu primeiramente na Suméria por volta de 3000 A.E.C. Muitos estudiosos atribuem a origem do nome fonético Lilith por volta de



700 A.E.C. Lilith figura como um demônio da noite nas escrituras hebraicas (Talmud e Midrash). Lilith é também referida na Cabala como a primeira mulher de Adão, sendo que em uma passagem (Patai81:455f) ela é acusada de ser a serpente que levou Eva a comer o fruto proibido. No folclore popular hebreu medieval, ela é tida como a primeira esposa de Adão, que o abandonou, partindo do Jardim do Éden por causa de uma disputa, vindo a tornar-se a mãe dos demônios. De acordo com certas interpretações da criação humana em Gênesis, no Antigo Testamento, reconhecendo que havia sido criada por Deus com a mesma matéria prima, Lilith rebelou-se, recusou-se a ficar sempre em baixo durante as suas relações sexuais. Na Suméria e na Babilônia ela ao mesmo tempo que era cultuada era identificada com os demônios e espíritos malignos. Seu símbolo era a lua, pois assim como a lua ela seria uma deusa de fases boas e ruins. Alguns estudiosos assimilam ela a várias deusas da fertilidade, assim como deusas cruéis devido ao sincretismo com outras culturas. No fictício Livro de Nod, é também conhecida como Deusa da Lua, aquela que ensina Caim habilidades vampíricas, a que é tão antiga quanto o proprio Deus criador do céu e da terra. A imagem mais conhecida que temos dela é a imagem que nos foi dada pela cultura hebraica, uma vez que esse povo foi aprisionado e reduzido à servidão na Babilônia, onde Lilith era cultuada, é bem provável que viam Lilith como um símbolo de algo negativo. Vemos assim a transformação de Lilith no modelo hebraico de demônio.



Assim surgiu as lendas vampíricas, Lilith tinha 100 filhos por dia, súcubus quando mulheres e íncubus quando homens, ou lilims. Eles se alimentavam da energia desprendida no sexo e de sangue humano. Também podiam manipular os sonhos humanos, seriam os geradores das poluções noturnas. Mas uma vez possuído por um súcubus dificilmente um homem saía com vida. Três anjos foram enviados em seu encalço,quando ela deixou o Éden porém ela se recusou a voltar. Juntou-se aos anjos caídos onde se casou com Samael que tentou Eva ao passo que Lilith Tentou a Adão os fazendo cometer adultério. Então o homem foi expulso do paraíso e Lilith tentaria destruir a humanidade, filhos do adultério de Adão com Eva, pois mesmo deixando seu marido ela não aceitava sua 2ª mulher. Ela então perseguiria os homens, principalmente os adúlteros, crianças e recém casados para se vingar. Após os hebreus terem deixado a Babilônia Lilith perdeu sua representatividade e foi limada do velho testamento. Eva é criada no sexto dia, e depois da solidão de Adão ela é criada novamente, sendo a primeira criação referente na verdade a Lilith no Gênesis.



Algumas vezes Lilith é associada com a deusa grega Hécate, "A mulher escarlate", um demônio que guarda as portas do inferno montada em um enorme cão de três cabeças, Cérbero. Nos 2 últimos séculos a imagem de Lilith começou a passar por uma transformação em alguns círculos intelectuais europeus, por exemplo, na literatura e nas artes, quando os românticos passaram a se ater mais a imagem sensual e sedutora de Lilith , e aos seus atributos considerados impossíveis de serem obtidos.De acordo com Hermínio, "Lilith foi feita por Deus, de barro, à noite, criada tão bonita e interessante que logo arranjou problemas com Adão". Esse ponto teria sido retirado da Bíblia pela Inquisição. a sabedoria rabínica definida na versão jeovística, que se coloca lado a lado, precedendo-a de alguns séculos, da versão bíblica dos sacerdotes.

Sabemos que tais versões do Gênesis e o mito do nascimento da mulher são ricas de contradições e enigmas que se anulam.Durante os primeiros séculos da era cristã, o mito de Lilith ficou bem estabelecido na comunidade judaica. Lilith aparece no Zohar, o livro do Esplendor, uma obra cabalística do século 13 que constitui o mais influente texto hassídico e no Talmude, o livro dos hebreus.


No Zohar, Lilith era descrita como succubus, com emissões noturnas citadas como um sinal visível de sua presença. Os espíritos malignos que empesteavam a humanidade eram, acreditava-se, o produto de tais uniões. No Zohar Hadasch , está escrito que Samael , junto com sua mulher Lilith, tramou a sedução do primeiro casal humano. O Talmude menciona que "Quando a serpente envolveu-se com Eva, atirou-lhe a mácula cuja infecção foi transmitida a todos os seus descendentes..."


(...)

1 comentário:

Rumquatronove disse...

A história humana que foi se formando após o último cataclismo físico pelo qual passou o planeta,logicamente inverteu muitos valores, e a cegueira completa se deu nos primeiros tempos da igreja.Muito triste é se pensar que um ser menor possa envolver e dominar o ser maior, que é o espírito feminino; a Alma será sempre maior que o corpo.A mulher é superior ao homem em todos os sentidos e justo por tanto,foram e continuam sendo sufocadas,reprimidas e ultrajadas: por medo que o verdadeiro demônio tem da verdade...a de que "Eva" foi criada primeiro e muito antes de qualquer "coisa material"...