O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

sexta-feira, dezembro 30, 2011

AMAR E ODIAR...





A IMPORTÂNCIA DAS RELAÇÕES ENTRE MÃE E FILHA...

AS MÃES E AS FILHAS/OS...

"Melaine Klein sabia da importância das relações entre pais e filhos por causa da própria experiência como criança e como mãe. Filha não desejada, sofreu a vida toda de depressão por causa do sentimento que tinha de que seus pais a rejeitavam. Ela própria acabou se afastando da filha adulta (que mais tarde tornou-se analista). A filha acusava Klein de interferir na sua vida e afirmava que seu irmão, morto durante uma escalada a uma montanha, na verdade se suicidara por causa da péssima relação que tinha com a mãe. A teoria dos objectos de Klein concentrava-se na ligação emocional intensa entre mãe e filho, principalmente durante os seis primeiros meses de vida do bebé. Descreveu a ligação entre o bebé e a mãe e termos emocionais e cognitivos e não em termos sexuais."
***
 
“A maldade e a destrutividade passam a ser vistas no rival; ele é condenado, e contra ele pode ser dirigido o ódio sem implicar o sentimento de culpa”. *

* Melaine Klein e Joan Riviere,
IN Amor Ódio e Reparação,
Imago Editora
OS AMIGOS E AS AMANTES... 
"O que leva a que a ciumenta destine toda a sua raiva numa rival (real ou fantasiada), e poupe a pessoa que ama? O mesmo para o ciumento.
A torturante amargura do ciúme faz-nos odiar quem amamos. Sentimo-nos preocupadas e culpadas que a nossa agressividade possa destruir o outro e a relação.
“Transferir” a maldade e destrutividade para uma rival, é uma maneira de atenuar esta tortura, e pouparmos do nosso ódio, a pessoa que amamos.
 Ao condenarmos uma amante, podemos assim descarregar todos esses sentimentos nela. Sem culpas, por isso.
 Este mecanismo projecção, permite ao odiar a outra, não lidar também com a dúvida sobre nós próprias, que talvez não sejamos dignas de sermos amadas."

Cristina Simões
IN iNCALCULÁVEL iMPERFEIÇÃO


1 comentário:

Astrid Annabelle disse...

A história das mulheres da minha família sempre chamaram a minha atenção...desde pequena. Veja que interessante!
Assim como a filha de Melaine Klein, suspeito da morte do meu irmão...não se suicidou, mas a doença que teve foi criada a partir de uma enorme raiva (que transcende gerações, tenho certeza!), essa dirigida à minha mãe.
E assim somos..cada uma com cenas parecidas...
Beijos
Astrid Annabelle