O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

sexta-feira, junho 29, 2012

MULHERES MAGNÍFICAS


VANDANA SHIVA


- “Vejo sinais de esperança onde quer que haja resistência. Cada comunidade na Índia que luta contra o roubo de terras, que participa do nosso movimento Navdanya, para que as sementes continuem sendo um bem de todos. Todos os que rejeitam a economia suicida da Monsanto, praticando uma agricultura biológica, ou todas as comunidades que lutam contra a privatização da água. Tudo o que se passa nas ruas de Madri, da Irlanda, da Islândia, na Grécia, os resultados do referendum nuclear na Itália… Esses são todos sinais extraordinários de esperança.

“Tudo o que precisamos é de uma nova convergência. Uma convergência global de todas as lutas. Assim como a liberação de nossa imaginação. Não há limites para o que podemos criar.»



Vandana Shiva alia a física quântica ao activismo social para resistir pacificamente a um sistema que considera ter colonizado a terra, a vida e o espírito. Conta-nos como começou a defender a floresta, as sementes e os modos de vida e produção locais contra o controlo e o registo de patentes feitos pelas multinacionais.

A análise de Shiva vai mais além: remete-nos para as profundas implicações que o sistema capitalista patriarcal tem na construção de um mundo desigual, com consequências dramáticas, como a fome ou as alterações climáticas, que, para Shiva, são sintomas de implosão de uma civilização que falha material e espiritualmente. A nossa civilização, para sobreviver, terá de rever o seu modelo de compreensão e de interacção com o mundo, tendo como exemplo o conhecimento holístico das civilizações chinesa e indiana, que, para Shiva, sobreviveram à História essencialmente porque diferem do Ocidente na relação que estabeleceram com a natureza.”

Rtp – 2




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